A reação às novas medidas em Inglaterra para controlar o avanço da variante Ómicron, anunciadas esta quarta-feira pelo primeiro-ministro Boris Johnson, "está a ser tudo menos meiga", tanto nos meios sociais como políticos, explica Pedro Cordeiro, editor de Internacional do Expresso, a partir de Londres.
A imprensa britânica revela que no Conselho de Ministros, que decidiu estas medidas, apenas três ministros estavam inteiramente a favor do "Plano B" e no Parlamento, enquanto eram apresentadas, houve deputados do próprio partido do Governo a lançar invetivas contra os ministros por não estarem de acordo.
"Há uma grande divisão no executivo (...) pelo impacto económico, pela fadiga social (...) e pela crise de autoridade e moral que o Governo atravessa", diz Pedro Cordeiro.
Boris Johnson, em conferência de imprensa, explicou que o crescimento desta nova variante em Inglaterra está a ser tão rápido como na África do Sul e como não se podia "assumir que a Ómicron é menos grave que as variante anteriores", o país ia avançar "para o Plano B".
A partir desta sexta-feira o uso de máscara passará a ser obrigatório na maioria dos locais públicos, incluindo teatros e cinemas. A apresentação do passe sanitário também será exigida para entrar em discotecas e em espaços ou eventos com grande aglomeração de pessoas. A partir de segunda-feira o teletrabalho volta a ser recomendado sempre que possível.
Até agora no Reino Unido já foram identificados 568 casos da variante Ómicron, contra 32 há uma semana atrás.
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