A China reportou menos de 40 mortes relacionadas com a covid-19 desde dezembro, mas imagens recém-divulgadas mostram que os números podem ser muito mais elevados do que aqueles que têm sido anunciados pelas autoridades.
As imagens que continuam a chegar da China contradizem as informações dadas pelo Governo do país que garante que existiram apenas 37 mortes relacionadas com a covid-19, de dezembro até agora.
Recentes imagens de satélite mostram um visível aumento de atividade nos cemitérios e crematórios que continuam a ter longas filas de espera.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a expressar preocupação com a falta de dados, reafirmando que são insuficientes para a organização poder fazer uma avaliação de risco completa e abrangente.
Mike Ryan, diretor-executivo do programa de emergências da OMS, refere que a organização está a “trabalhar cada vez mais estreitamente" com as entidades chinesas "para tentar compreender melhor a dinâmica de transmissão”.
Nas ruas da capital chinesa, as opiniões sobre a partilha de informação das autoridades com a OMS dividem-se. Alguns cidadãos defendem que o Governo não deve partilhar informações, outros acreditam que a troca de informação é benéfica.
O aumento de casos e de mortes das ultimas semanas coincide com o fim da rígida política de prevenção e combate à covid-19 que, de acordo com a Human Rights Watch, colocou a China entre os países onde a repressão dos direitos humanos mais se aprofundou em 2022.