Em Ceuta, milhares de migrantes já regressaram a Marrocos, mas por toda a cidade há grupos de adolescentes e jovens adultos sem destino, sem teto e sem perspectivas de trabalho.
Esta sexta-feira a ordem deixou de ser deter os indocumentados. Para já estão apenas a ser sinalizados.
CEUTA VIVE UMA SITUAÇÃO DE "CRISE HUMANITÁRIA"
Cinco organizações não-governamentais (ONG) que trabalham com migrantes que chegam à Espanha pediram esta sexta-feira "o cumprimento" das normas internacionais sobre direitos humanos e proteção do interesse superior dos menores que estão em Ceuta.
As associações garantiram que, desde segunda-feira passada, Ceuta vive uma situação de "crise humanitária causada por uma situação diplomática caracterizada pela pressão política e pela instrumentalização dos migrantes por parte de Marrocos e tornada possível pelas já enraizadas políticas migratórias".
Na opinião das ONG, os acontecimentos desenvolveram-se num "turbilhão de caos e violações que, entre outras consequências, resultou no retorno a Marrocos de quase 5.000 pessoas, sem que houvesse processos individualizados de concessão de assistência judiciária, tradução ou cobertura das necessidades básicas".
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