Em dois dias chegaram mais de 9 mil pessoas a Ceuta, um quarto são menores de idade. Para os mais vulneráveis e crianças foi reaberto um campo de acolhimento. Os adultos não têm direito a asilo e cerca de 5.000 migrantes foram devolvidos a Marrocos.
Estes 9 mil migrantes transformaram-se em arma diplomática entre Espanha e Marrocos. No entanto são apenas um dos aspetos que está a contribuir para a atual tensão entre Madrid e Rabat.
"É uma crise humanitária que infelizmente significa a instrumentalização de pessoas por razões políticas e diplomáticas", diz Luís Tomé, diretor do departamento de Relações Internacionaisl da Universidade Autónomoa de Lisboa.
O ministro marroquino dos Direitos do Homem já disse que Espanha subestimou o preço a pagar por acolher o líder da Frente Polisário, que luta pela independência do Saara Ocidental.
No Parlamento, em Madrid, Pedro Sanchéz subiu o tom e disse que a "falta de controlo das autoridade marroquinas não é apenas uma falta de respeito para com Espanha, mas também para com a União Europeia no seu todo". E a Comissão Europeia concorda que a crise migratória é um problema transversal a todo o continente e garante que não vai ser vítima das táticas de ninguém.
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