Um elemento da Guarda Civil espanhola salvou um bebé de se afogar na segunda-feira, na praia do Tarajal, em Ceuta, onde nos últimos dias chegaram cerca de 8 mil migrantes, vindos de Marrocos, em África.
Esta é mais uma das imagens que mostra o drama vivido nesta zona, onde milhares de migrantes tentam entrar, quer seja a nado, ou a pé. Pais com bebés ou filhos muito pequenos. Mulheres que não sabem nadar. Crianças que vêm sozinhas. E dezenas de agentes que tentam ajudar a salvar estas pessoas.
Foi o caso de Juan Francisco, do Grupo Especial de Atividades Subaquáticas da Guarda Civil, que salvou um bebé de apenas meses de vida.
A imagem foi partilhada no Twitter da Guarda Civil, que mostra outras fotografias de elementos do corpo da polícia a salvar crianças que chegam por mar com os pais.
"O pai não podia com o bebé, estavam a afogar-se, o guarda salvou-o", explicou um porta-voz da Guarda Civil, citado pelo jornal espanhol ABC. "Houve muitos destes resgates (nos últimos dias). Agentes do GRS e de outras unidades que se atiraram o mar sem pensar."
Algumas mães tentavam chegar a terra, a nadar, com mais de um filho. Na zona, havia insufláveis ou boias, mas sem a ajuda dos agentes "(estas pessoas) não teriam conseguido e agora estaríamos a falar de muitas mortes", disse o porta-voz.
Marrocos volta a fechar a fronteira com Ceuta depois de terem entrado oito mil migrantes
Marrocos voltou a fechar a fronteira com Ceuta, depois de terem entrado oito mil migrantes numa altura de tensão diplomática entre Espanha e Marrocos.
Este vídeo mostra a polícia marroquina a abrir a fronteira a dezenas de imigrantes. As imagens foram partilhadas por um sindicato da polícia espanhola, que denuncia a falta de cooperação.
A passividade das autoridades marroquinas é vista como represália, depois de Espanha ter permitido o internamento do líder da Frente Polisário - um movimento independentista do Sahara ocidental. Brahim Gali tem 73 anos e está infetado com coronavírus. Espanha alega razões humanitárias e quanto à entrada de imigrantes promete firmeza máxima.
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ONDA MIGRATÓRIA SEM PRECEDENTES
Desde a manhã de segunda-feira, quase 8.000 migrantes entraram no enclave espanhol de Ceuta a nado ou a pé, uma onda migratória sem precedentes.
Ao mesmo tempo, na madrugada de segunda para terça-feira, 86 migrantes, de um total de mais de 300, entraram no enclave de Melilha, localizado 400 quilómetros a leste.
Cerca de 4.000 migrantes foram devolvidos a Marrocos, tendo o Ministério do Interior espanhol anunciado o envio de reforços da polícia local para fazer frente ao fluxo maciço e repentino de milhares de migrantes no enclave espanhol.
Ceuta e Melilla, as únicas fronteiras terrestres da União Europeia com África, são regularmente palco de tentativas de entrada de migrantes, mas a maré humana de segunda-feira não tem precedentes.