Crise Migratória na Europa

Mais de 1.100 migrantes no Mediterrâneo à espera de um porto para desembarcar

Estão a bordo de dois navios de ONGs.

Mais de 1.100 migrantes esperam há dias no Mediterrâneo, a bordo de dois navios das organizações não-governamentais (ONG) Sea Eye e SOS Méditerranée, que um país da União Europeia (UE) lhes conceda um porto seguro para desembarcar.

"Em apenas 48 horas a nossa tripulação tem mais de 800 migrantes salvados. Entre os resgatados do mar, há crianças, mulheres grávidas, e feridos. Para todos, a situação excecional a bordo, deve terminar inmediatamente. Necessitamos de um porto seguro", escreveu hoje a ONG Sea Eye en nas redes sociais.

Outros 314 migrantes estão no navio "Ocean Viking", da organização humanitária francesa SOS Méditerranée.

O Presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, disse hoje que a Europa e a África devem aumentar a sua colaboração "sincera e eficaz".

"O fenómeno da migração deve ser administrado para o bem de todos. Caso contrário, as nossas razões humanitárias e nossos sistemas estatais serão sobrecarregados. Devemos abordar as causas profundas da migração, em particular a instabilidade e a insegurança em algumas áreas da África, que requerem soluções políticas sustentáveis e de desenvolvimento económico e social, condição essencial para garantir oportunidades às novas gerações", disse o Chefe de Estado italiano ao diário argelino Libertè, por ocasião da viagem que realiza à Argélia.

Os navios "Sea-Eye 4" e o "Ocean Viking" estão perto da costa da ilha italiana de Lampedusa (sul) para se protegerem do mau tempo, enquanto aguardam uma solução.

Este ano, 54.384 imigrantes chegaram à Itália, quase o dobro dos 29.856 registados no mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério do Interior.