"Na Síria, vencer o Estado Islâmico exige um novo dirigente", declarou Obama na abertura de uma cimeira dedicada à luta contra o terrorismo, organizada à margem da Assembleia-Geral da ONU .
"Os nossos esforços militares não serão suficientes", alertou Obama perante os líderes de uma centena de países.
Insistindo na necessidade de atacar as condições "que permitiram ao Estado Islâmico implantar-se", apontou a guerra civil, os conflitos religiosos e ainda a má governação.
"Vai ser um processo complexo", sublinhou, reafirmando, como na segunda-feira na tribuna da ONU, que está disposto a trabalhar com "todos os países", incluindo a Rússia e o Irão.
O futuro de Assad é o principal ponto de desacordo entre Moscovo e Washington, considerando o Kremlin, que sempre apoiou o regime de Damasco, que não é possível combater os 'jihadistas' do EI sem Assad.
Por essa razão, a Rússia criticou a convocação desta cimeira por Obama e anunciou que não tomará parte ativa nela.
Segundo o embaixador russo na ONU, Vitaly Tchurkin, citado pela agência Ria Novosti, a delegação russa limitar-se-á a enviar um diplomata para "cobrir o acontecimento".
Os Estados Unidos, que, pelo contrário, apelam para uma transição política, lideram uma coligação militar de cerca de 60 países, entre os quais o Reino Unido, a França e os vizinhos árabes da Síria, que efetuou, desde há um ano, mais de 5.000 ataques aéreos a posições do EI na Síria e no Iraque.
Reiterando que a luta contra o grupo extremista levará tempo, Obama insistiu na "grande eficácia" que os 'jihadistas' têm nas redes sociais e que lhes permite recrutar no Médio Oriente mas também nos países ocidentais.
"Haverá êxitos e reveses", advertiu o chefe de Estado norte-americano, acrescentando que "não se trata de uma batalha convencional, mas de uma campanha a longo prazo".
"O EI acabará por perder, porque eles não têm mais nada para oferecer além do sofrimento e da morte", disse ainda Obama.
Destinada a revitalizar a coligação internacional anti-Estado Islâmico, a cimeira conta com 104 países convidados, bem como uma centena de organizações regionais e de representantes da sociedade civil, como dirigentes religiosos.
Lusa