PCP e Bloco insistem que o PS é o responsável pela crise política. Os dois partidos mais à esquerda voltaram, em comícios realizados este fim de semana, a apontar o dedo a António Costa. O primeiro-ministro mantém-se em silêncio, com agenda sem eventos públicos, desde o anúncio das eleições antecipadas.
Com agenda concentrada em São Bento, praticamente reduzida a encontros institucionais, António Costa pouco disse desde o anúncio da decisão de eleições antecipadas, feito na semana passada pelo Presidente da República.
Cancelou a ida à Cimeira do Clima e vai participar por videoconferência no Eurogrupo.
PCP e Bloco responsabilizam o primeiro-ministro pela crise política. Ao Observador, o PAN admite um acordo para apoiar um Governo do PS como do PSD, desde que seja um acordo para fazer parte do Governo.
Legislativas marcadas para 30 de janeiro
O Presidente da República convocou eleições legislativas antecipadas para 30 janeiro de 2022 na sequência do "chumbo" do Orçamento do Estado do próximo ano, no parlamento, em 27 de outubro.
O Orçamento teve apenas o voto favorável do PS e os votos contra das bancadas do PCP, BE e PEV, além dos deputados da direita, PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega. O PAN e as duas deputadas não inscritas abstiveram-se.
A perda do apoio parlamentar no Orçamento do Estado de 2022 foi um dos motivos invocados por Marcelo Rebelo de Sousa para justificar a dissolução do parlamento e a antecipação das eleições.
A Constituição determina que as legislativas antecipadas têm de se realizar nos 60 dias seguintes à dissolução do parlamento - que só poderá ser decretada, portanto, a partir de 1 de dezembro.
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