O Presidente da República recusou-se, esta quarta-feira, a comentar os atritos dentro da Aliança Democrática (AD), após o vice-presidente do CDS, Paulo Núncio, ter defendido medidas para limitar o acesso à Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG).
“Eu não vou responder”, afirmou o Presidente da República, quando questionado sobre o que pensa sobre o tema.
Depois do vice-presidente do CDS se ter mostrado a favor de limitar o acesso ao aborto, Nuno Melo garantiu, esta quarta-feira, que o tema não consta do acordo da AD e que, por isso, não entra na próxima legislatura.
Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que “há imensos temas sensíveis”, afirmando que estes “podem e devem ser abordados”, mas absteve-se de comentar sobre o tema.
“Numa campanha eleitoral todos os temas são tratados. Há imensos temas sensíveis, se quisesse eu dáva-lhe exemplos que dizem respeito a problemas de mentalidade, de comportamente, problemas de saúde… que podem e devem ser abordados”, acrescentou.
Luís Montenegro defende que não vai mexer em “assunto arrumado”
O presidente do PSD assegurou esta quarta-feira que a AD não vai mexer na lei do aborto na próxima legislatura, considerando que este é um assunto arrumado e que a posição de Paulo Núncio só a ele vincula.
"Esse assunto é um assunto que está absolutamente arrumado. Nós não vamos ter nenhuma intervenção nesse domínio na próxima legislatura", declarou Luís Montenegro aos jornalistas, na Costa da Caparica, no concelho de Almada, distrito de Setúbal, antes de um almoço de campanha da Aliança Democrática (AD).
Interrogado sobre a posição do vice-presidente do CDS-PP Paulo Núncio, quarto candidato pela AD no círculo de Lisboa, a favor de um novo referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez (IVG), o presidente do PSD apontou-a como uma "expressão individual e apenas e só a comprometer e a vincular o doutor Paulo Núncio".
"O que os portugueses querem saber é qual é a minha [posição] e o comprometimento da AD, e esse é muito claro: nós não vamos mexer nesta legislação. É tão simples quanto isso", acrescentou Luís Montenegro.