Esta terça-feira, no Jornal do Dia da SIC Notícias, os deputados Rita Matias do Chega, Bernardo Blanco da Iniciativa Liberal (IL) e Duarte Marques do PSD analisaram a atual conjetura política, pós Eleições Legislativas.
Durante cerca de 25 minutos, estas três forças políticas comentaram as garantias dadas por Pedro Nuno Santos, sobre a disponibilidade do PS para viabilizar um orçamento retificativo, bem como a posição de cada um dos seus partidos perante a possibilidade de acordos.
O deputado social-democrata Duarte Marques foi o primeiro a comentar as palavras do secretário-geral do PS, que considera ser um sinal de maturidade de Pedro Nuno Santos.
“Pedro Nuno Santos foi dos primeiros a perceber que não ganhou as eleições e o país deve reconhecer isso. Tem a fama de ser impulsivo, mas do ponto de vista pessoal e político quis demonstrar que é um dos adultos na sala, ao dizer que se pode contar com o PS para aprovar um orçamento retificativo, ou um OE no final do ano”, afirma Duarte Marques.
Para além de um “taticismo político”, Duarte Marques realça a responsabilidade política do secretário do PS, tendo em conta a tomada de posição de Pedro Nuno.
Sobre a possibilidade da Aliança Democrática (AD) se coligar a outros partidos políticos, mantém-se a garantia dada por Luís Montenegro do “não é não” ao Chega.
“Eu penso que seria até uma traição [do PSD] aos portugueses, se agora voltasse com a palavra atrás e o Chega deveria compreender isto”, acrescenta.
Acrescentando ainda que o “diálogo parlamentar pode e deve existir”: “Recordo que o Chega, tal como a IL e o PSD tiveram a capacidade de aprovar medidas que o PS apresentou.”
Chega considera que PS colocou PSD em “xeque-mate”
Rita Matias afirma que “Pedro Nuno Santos colocou o PSD em xeque-mate”.
“O que não faz sentido é que 85 deputados - que seria a soma dos deputados do PSD com a IL - estejam permanentemente de mão estendida ao PS à espera que estes viabilizassem o que quer que seja”, afirma a coordenadora da Juventude do Chega.
A deputada do Chega acrescenta que “a direita deveria ter capacidade de convergência”.
Questionada se o Chega votará contra, caso haja um entendimento entre o PS e a AD, mesmo que o partido defenda essas propostas, Rita Matias afirmou que a situação terá de ser analisada, acrescentando que “parece que estão [PSD] a voltar-se para o lado errado, para os mesmos de sempre”.
IL disponível para “votar a favor” medidas de outros partidos
Às afirmações da deputada do Chega, o da IL deputado Bernardo Blanco reagiu, relembrando as palavras de André Ventura: “Agora diz-se que se quer muita convergência. Há uns anos André Ventura isto, ‘Se eu quiser algum acordo internem-me’.”
Acrescenta que a IL tem como objetivo “melhorar a vida das pessoas”, ainda que isso possa significar “votar a favor” de medidas apresentadas por outros partidos.
“Como é que é possível alguém que não respeita as pessoas, nem os outros partidos, passadas 24/48 horas esteja a pedia para coligar com esses partidos?”, questiona
O deputado acrescenta ainda que “a IL deve falar com todos os partidos", ainda que isso não signifique não criar coligações com todos os partidos, afirmando a necessidade de diálogo entre os partidos.