Eleições Legislativas

Mortágua censura IL e Chega e aposta em convergência à esquerda nas autárquicas

Aos olhos da líder do Bloco de Esquerda, a revisão constitucional, que os partidos à direita da AD já anunciaram querer levar a cabo, tem de ser travada. Mariana Mortágua admite também um amplo debate dentro do próprio partido já a partir deste sábado. E quer continuar conversas para uniões de esquerda nas eleições locais.

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Mariana Mortágua afirma que o país tens razões para estar preocupado por a direita quererlevar a cabo uma revisão constitucional. Acusa a Iniciativa Liberal depretender acabar com os serviços públicos e o Chega com as liberdades individuais. A líder do Bloco de Esquerda mostra-se ainda aberta a convergências à esquerda paras as eleições autárquicas. 

Em declarações feitas esta tarde, depois de ter sido recebida no Palácio de Belém pelo Presidente da República, a coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou que a única resposta aos planos de quem quer mudar a Constituição é “fechar as portas”.

“Temos todas as razões para nos preocupar”, admitiu Mariana Mortágua, que diz que a Iniciativa Liberal quer “acabar com os serviços públicos” e o Chega quer “acabar com liberdades individuais”.

Para a líder bloquista, é preciso que “todos os democratas” e “todas as pessoas em Portugal que reconhecem a importância do Estado social” se unam para lutar contra esta ideia.

E dentro do BE? “Debate amplo” 

Perante os resultados das eleições legislativas do último domingo - quando o Bloco de Esquerda se viu reduzido de um grupo parlamentar com cinco deputados a uma deputada única -, Mariana Mortágua admitiu que é “importante” abrir umdebate amplo.

“Queremos fazer esse debate”, garantiu. 

A coordenadora do Bloco sublinhou que esse processo começa já este sábado, quando estará reunida a Mesa Nacional do partido, e que a direção reunirá de forma alargada. 

Depois, assegura, o debate continuará, “sem pressa”.  

Autárquicas? Caminho para esquerdas unidas 

Questionada sobre como responde à proposta do Livre para uma união à esquerda nas eleições autárquicas do próximo outono, Mariana Mortágua recordou que, antes destas legislativas, o Bloco de Esquerda já promovera reuniões com outros partidos para “enfrentar a viragem à direita”. 

É um diálogo que, assinala, vê como “essencial” e essas conversas, sobretudo com o Livre e com o PAN, podem dar origem a “projetos de convergência autárquica”. O objetivo, explica, é “eleger em todo o país vereadores à esquerda” para “poder combater a direita”. 

Essas conversações estão, neste momento, em curso e nós apostamos nelasprecisamente para dar essa força de união”, assegura. 

Em Lisboa, Mariana Mortágua pretende ir mais longe e juntar também o PS à equação, para “derrotar Carlos Moedas” através de uma alternativa que congregue “todos os partidos à esquerda”. 

Sublinhando que “o último período de estabilidade que o país conheceu” foi quando o Bloco de Esquerda integrou uma solução governativa – a chama “geringonça”, que passava pela então maioria parlamentar formada por PS, CDU e Bloco de Esquerda -, Mortágua conclui que um país que se “encosta” à direita “só vai conhecer instabilidade”.