Eleições no Brasil

Marcelo nega desconforto e não teme ficar associado à campanha de Bolsonaro

O Presidente da República afirma que está em Brasília "num gesto histórico".

Os Presidentes de Cabo Verde, José Maria Neves, do Brasil, Jair Bolsonaro, de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, o ministro da Casa Civil de Moçambique e o Secretário executivo da CPLP, Zacarias da Costa, posam para a fotografia no Palácio do Itamaraty em Brasília no âmbito das comemorações do Bicentenário do Brasil.
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O Presidente da República desvaloriza o facto de o desfile da independência do Brasil ter estado repleto de apoiantes de Jair Bolsonaro e volta a dizer que não teme ficar associado à campanha.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que "de onde estava não ouvia" as palavras de ordem que foram gritadas pela multidão em apoio ao Presidente do Brasil e contra Lula da Silva.

Questionado se estava confortável por ter estado nesta cerimónia, o Presidente português respondeu: "Sim, sim".

"Eu estou aqui para representar Portugal num momento histórico, fosse qual fosse o Presidente. As pessoas têm de perceber o seguinte: a campanha eleitoral dura X tempo, o mandato do Presidente dura muito mais e a História de 200 anos dura muito mais. E o que fica para a História é que Portugal esteve presente num momento histórico".

O Presidente português argumentou ainda que "Portugal tem relações diplomáticas com democracias e com ditaduras", referindo que recebeu chefes de Estado e visitou países "independentemente de os regimes serem parecidos ou não, de as personalidades serem parecidas ou não, de as conjunturas políticas serem parecidas ou não".

"O que interessa é que há um milhão de portugueses a viver no Brasil e há 250 mil brasileiros a viver em Portugal, e esses continuarão a viver qualquer que seja o Presidente, qualquer que seja o Governo, e a minha função é representar a nação portuguesa".