1 – A estratégia Harris está a resultar
E eis que Kamala passa para a frente nos estados decisivos. De acordo com a mais recente sondagem do Morning Consult para a Bloomberg, a sucessora de Biden na liderança do ticket disparou no Michigan (+11) e passou para a frente no Arizona (+2), Wisconsin (+2) e Nevada (+2), três estados onde Trump liderava com grande vantagem, há apenas duas semanas.
O empate na Geórgia (47/47) também gera perplexidade, se nos lembrarmos que Kamala, dias antes da desistência de Biden, aparecia a 10 pontos de Donald nesse estado onde Biden ganhou por 11 mil votos há quatro anos, mas onde ainda na terça à noite Kamala fez um grande comício.
Trump só se mantém bem na Pensilvânia (+4). Até a Carolina do Norte - onde Biden perdeu em 2020, Hillary perdeu em 2016 e até Obama perder em 2012 - passou a estar em jogo: Kamala a apenas dois pontos. A corrida presidencial mudou de agulha e o favoritismo passou a ser democrata.
2 – Candidata mistério
Kamala Harris, 59 anos (faz 60 em outubro), casada, desde 2014, com o advogado nova-iorquino Douglas Emhoff, sem filhos (dois enteados), primeira mulher a chegar à vice-presidência dos EUA, pode ser a primeira mulher a conquistar a Casa Branca. Filha de uma indiana e um jamaicano, tem bacharelato em Artes pela Universidade de Howard e licenciatura em Direito pela Universidade da Califórnia.
Vice-Presidente dos EUA desde 20 de janeiro de 2021, escolhida por Joe Biden para sua “running mate” no verão de 2020, foi senadora pela Califórnia entre 2017 e 2021, procuradora-geral da Califórnia entre 2011 e 2017 e procuradora de São Francisco entre 2004 e 2011. O cargo de vice-presidente dos EUA foi desenhado para que o seu poder seja silencioso: o poder de apenas atuar se o Presidente falhar. É certo que com Joe Biden a tomar posse com 78 anos e dois meses, isso já colocava Kamala com um protagonismo extra para o cargo, logo à partida.
Quando assumiu o posto de vice-presidente colocou, pela primeira vez, os três postos de topo nos conselheiros de um vice-presidente são compostos só por mulheres. Tina Flournoy, chefe de gabinete do ex-Presidente Bill Clinton, foi chefe de gabinete; Rohini Kosuglu, ex-chefe de gabinete de Kamala Harris no Senado, conselheira principal da campanha Biden para assuntos asiáticos, professora em Harvard e natural do Sri Lanka, foi conselheira para a política interna; Nancy McEldowney, Embaixadora dos EUA na Bulgária durante as presidências Bush e Obama e ex-diretora do Foreign Service Institute, a Conselheira de Segurança Nacional da Vice Presidente.
UMA INTERROGAÇÃO: Quanta gente de direita na América vai votar em Kamala Harris para evitar o regresso de Donald Trump?
Um Estado: Arkansas
O Arkansas tem 3,1 milhões habitantes:
- 72,0% brancos;
- 7,8% hispânicos;
- 15,9% negros;
- 1,9% asiáticos;
- 50,9% mulheres;
- 33.º maior em área;
- 35.º mais rico dos EUA
Resultado em 2020: Trump 62,4%-Biden 34,8%
Resultado em 2016: Trump 60,6%-Hillary 33,7%
Resultado em 2012: Romney 60,6%-Obama 36,9%
Resultado em 2008: McCain 58,7%-Obama 38,9%
Resultado em 2004: Bush 54,4%-Kerry 44,5%
(Nas últimas 13 eleições presidenciais, 10 vitórias republicanas, 3 vitórias democratas)
O Arkansas vale 6 votos no Colégio Eleitoral (num total de 538)
Uma sondagem
ESTADOS DECISIVOS
Pensilvânia: Trump 50-Kamala 46
Michigan: Kamala 53-Trump 42
Wisconsin: Kamala 49-Trump 47
Carolina do Norte: Trump 48-Kamala 46
Georgia: Trump 47-Kamala 47
Arizona: Kamala 49-Trump 47
Nevada: Kamala 49-Trump 47
(Bloomberg/Morning Consult, 24-28 julho)