Vai ser uma espécie de discussão sobre o que não existe. Dá-se o caso de que está marcada a reunião para tratar do assunto, mas não há candidatos. Sem candidato para apoiar, a reunião socialista de sábado parece condenada a servir apenas para os membros da Comissão Nacional do Partido Socialista (PS) dizerem quem não querem e condicionando as vontades dos que pretendem avançar.
Pedro Nuno Santos, o líder que queria ver o assunto resolvido um ano antes das eleições, deixa assim que António Vitorino e António José Seguro - os nomes até agora equacionados - fiquem como que a queimar em lume brando na fogueira do debate interno dos socialistas.
João Soares, que declarou apoio a António José Seguro, pediu ao secretário-geral dos socialistas que abrisse a reunião à apresentação dos pré-candidatos, mas até agora não foi ouvido.
Discutir presidenciais, a um ano de distância e sem candidatos assumidos no espaço de recrutamento do Partido Socialista (PS), é uma inovação da "Era Pedro Nuno Santos".
Tão cedo só o anuncio de Jorge Sampaio, mas de que seria candidato a 7 de fevereiro em 1995. Faz sexta-feira que vem 30 anos, sem que entretanto tenha aparecido alguém interessado em repetir a data.
António José Seguro já disse não ter dúvidas de que a direção do partido quer António Vitorino, mas com o próprio a esconder o jogo do que pretende fazer fica a pairar a desconfiança implícita António José de Seguro.