Na véspera da decisão ser anunciada, Luís Marques Mendes diz que o futuro governador do Banco de Portugal deve ser independente dos partidos. É a posição do candidato a Belém, numa altura em que poderão surgir mais candidaturas, nomeadamente a de Rui Moreira, que admite estar a ponderar e a receber vários apoios.
O tempo em que Rui Moreira não se importava que o almirante passasse à frente pode ter chegado ao fim.
A celebração do Dia da Marinha, em 2023, juntou dois homens que estarão separados na campanha para Belém, já que o ainda autarca do Porto admite que tem recebido apoios.
Há dois meses, disse que não se julgava talhado para essa missão, mas agora parece ter mudado de ideias. A reflexão já começou e não enjeita os votos de ninguém.
Afinal, a posição dos partidos é importante em vários momentos, mas na escolha para governador Marques Mendes traça um perfil que não tenha ligações diretas.
Mais candidatos à esquerda?
Na corrida para Belém, se Sampaio da Nóvoa não avançar, o Público avança que pode haver mais candidatos à esquerda das áreas do Livre e do Bloco.
É uma multiplicação de candidatos que torna mais difícil uma vitória à primeira volta. E só por uma vez foi preciso ir a segunda volta no tira teimas entre Freitas do Amaral e Mário Soares, em 1986, que pôs comunistas a digerir um voto num socialista.
Quase 40 anos depois, a escolha pode voltar a ser renhida. Veremos se volta a haver uma má digestão eleitoral.