Presidenciais

Marques Mendes acusa Ventura de "dizer disparates" por falar com "ligeireza" e "pouca preparação"

Luís Marques Mendes criticou André Ventura por falar com "ligeireza" e "pouca preparação", acusando-o de ter dito disparates. Durante uma visita ao Mercado Abastecedor de Lisboa, o candidato presidencial também comentou sobre a política externa, apoiando o pedido da Polónia à NATO e criticando a falta de firmeza da União Europeia, especialmente em relação a Israel e à Rússia.

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Luís Marques Mendes acusou André Ventura de dizer disparates porque fala com "ligeireza" e "pouca preparação".

A crítica surgiu durante uma visita ao Mercado Abastecedor de Lisboa, onde se percebeu que o candidato presidencial prestou atenção às últimas declarações de Ventura, tanto às que foram feitas como às que não foram. Mendes foi implacável nas suas conclusões:

"Quando um político fala com ligeireza e pouca preparação dá nisto: diz disparates e estatela-se ao comprido. E foi aquilo que aconteceu. Ainda bem que o próprio já reconheceu o erro, embora lhe ficasse bem pedir desculpa", afirmou.

No ar ficou a dúvida se André Ventura está a preparar o terreno para uma candidatura à Presidência da República.

"Isso tem de perguntar a ele, não sou eu que tenho de fazer comentários. Se for candidato, saúdo democraticamente, como saúdo todos", disse o candidato presidencial referindo que todos são bem vindos e nunca são demais em nome da democracia.

Durante a visita ao mercado, Luís Marques Mendes também se pronunciou sobre a política externa, elogiando o pedido da Polónia para que a NATO responda de forma firme à Rússia.

"Tenho que saudar a Polónia. Acho que a Polónia agiu bem ao exigir consultas no âmbito do artigo 4º da NATO. Não é para uma escalada militar, mas para uma resposta política de sanções que seja mais firme", afirmou.

Além disso, foi muito crítico em relação à União Europeia (UE) e condenou a ação russa em céus da Europa.

"É gravíssimo o que aconteceu. Isto só acontece por algum vazio de firmeza da parte do Ocidente, porque a Europa e os EUA podiam ser mais coerentes, consequentes e mais firmes, e não são", disse, condenando a falta de ação mais decidida.

Em declarações aos jornalistas, o candidato presidencial fez ainda questão de dizer que lamenta a tibieza da UE na condenação a Israel e mostrou algum desconforto com a posição do Governo de Luís Montenegro.

"Talvez pudesse ser mais cedo, mas antes tarde do que nunca. Portugal pode ter uma voz firme e ativa dentro da UE. Sejamos fracos e diretos: Portugal é amigo de Israel, a UE é amiga de Israel, mas os amigos existem para dizer as verdades. E a verdade neste momento é que, embora Israel tenha razão no início para atacar o Hamas, está a ultrapassar todas as linhas vermelhas", afirmou.

Esta foi a primeira vez que Luís Marques Mendes falou aos jornalistas depois do ataque de Israel em Doha, a capital do Qatar.