Europeias 2024

Pedro Nuno diz que "a AD pode tudo e a oposição só tem que comer e calar"

Pedro Nuno Santos ironizou com o exemplo do ministro da Presidência que "deu um argumento genial" quando lhe perguntaram sobre os prazos da AIMA de que "não se comprometia com prazos para não frustrar expectativas". 

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O secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, considerou esta quinta-feira que a "AD pode tudo e a oposição só tem que comer e calar", afirmando ser fácil governar sem prazos, métricas ou custos, como diz fazer Luís Montenegro. 

Pedro Nuno Santos encerrou o comício da campanha para as eleições europeias, em Aveiro, com um discurso com muitas críticas ao atual Executivo, mas também com alguns avisos. 

"Resumindo: a AD pode tudo e a oposição só tem que comer e calar. Pois não será assim nunca connosco. O PS fará sempre o seu trabalho", concluiu. 

O secretário-geral do PS deu exemplos daquilo que diz fundamentar a sua acusação de que "a AD pode tudo" como "apresentar planos sem orçamentação estimada, sem métricas para avaliar, sem calendarização definida". 

"Sem prazos de facto não se frustram expectativas, sem métricas não se falham objetivos, sem custos das medidas não se violam metas orçamentais. É fácil governar assim. Aí de nós, aí de nós se em cada medida que apresentássemos não dissemos qual era o prazo", sublinhou. 

Pedro Nuno Santos ironizou com o exemplo do ministro da Presidência que "deu um argumento genial" quando lhe perguntaram sobre os prazos da Agência para a Integração, Migrações e Asilo de que "não se comprometia com prazos para não frustrar expectativas". 

Na linha de que a "AD pode tudo", o líder do PS acusa este Governo de estar a combater a oposição e o executivo anterior, fazendo "exonerações dia sim, dia não", sendo um "Governo em campanha". 

"Fiz parte de um Governo que tinha um primeiro-ministro [António Costa] que, no que diz respeito a campanhas, era rigorosíssimo com o que fazíamos em período eleitoral", referiu. 

Em oposição a esta forma de atuar, de acordo com o líder do PS, está o atual Governo que "faz propaganda nas redes sociais, envia cartas aos professores, aos pensionistas" e ignora as notificações da Comissão Nacional de Eleições, referindo que receberam uma nova notificação a que "certamente farão o mesmo". 

"Marta, o mapa das urgências fechadas deixou de estar disponível para consulta 'online'  [...] É fácil governar assim. A AD pode tudo", criticou, dirigindo-se diretamente à cabeça de lista do PS, que foi ministra da Saúde.  

Segundo Pedro Nuno, o Governo da AD "evita o parlamento e simula o diálogo", assegurando que os socialistas estão "disponíveis para ser parte da solução", desde o primeiro momento em que o PSD não conseguiu eleger o presidente do parlamento. 

"No dia 9 é uma eleição muito importante para a Europa e para Portugal", avisou, apelando ao voto. 

Numa fase inicial do discurso, o líder do PS tinha afirmado que "não há ninguém que hesite em dizer que o partido que combate mais a extrema-direita" é o PS. 

"Derrotar a extrema-direita e derrotar a direita. É assim na Europa e em Portugal", pediu, deixando claro que os socialistas não fazem equivalências, mas não fazem de conta com quem é que a direita está a governar em alguns países e o facto de ter captado parte da agenda da extrema-direita.