Eutanásia

Eutanásia: Presidente Marcelo escusa-se (para já) a comentar

Enquanto ainda decorria a discussão no Parlamento, ao quatro diploma vetado pelo Presidente da República sobre a morte medicamente assistida, o próprio recusou fazer qualquer comentário.

Eutanásia: Presidente Marcelo escusa-se (para já) a comentar
JOSÉ COELHO/Lusa
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O Presidente da República escusou-se, esta sexta-feira, a comentar a confirmação do decreto sobre a morte medicamente assistida, por si vetada, numa altura em que ainda estava a ser debatida no parlamento.

"Eu vou esperar pela deliberação no Parlamento, não vou comentar o Parlamento enquanto ele está a proceder à deliberação", disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, em Matosinhos, à saída do Fórum da Sustentabilidade.

Apesar da insistência dos jornalistas, o chefe de Estado reafirmou que a discussão ainda estava a ser feita, motivo pelo qual não faria qualquer reflexão sobre a matéria.

E, pouco depois, o Parlamento confirmou o decreto vetado pelo Presidente da República sobre a morte medicamente assistida, obrigando à sua promulgação. 129 deputados votaram a favor, 81 contra e um deputado do PSD absteve-se.

De acordo com a Constituição da República, perante um veto, o Parlamento pode confirmar o texto por maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções, 116 em 230, e nesse caso, o Presidente da República terá de promulgar o diploma no prazo de oito dias a contar da sua receção.

Este é o quarto diploma do Parlamento que visa despenalizar a morte medicamente assistida, alterando o Código Penal. O tema já foi alvo de dois vetos políticos do chefe de Estado e dois vetos na sequência de inconstitucionalidades decretadas pelo Tribunal Constitucional.

O último veto ocorreu no passado dia 19 de abril, altura em que Marcelo Rebelo de Sousa pediu aos deputados para clarificarem "quem define a incapacidade física do doente para autoadministrar os fármacos letais, bem como quem deve assegurar a supervisão médica durante o ato de morte medicamente assistida", lê-se na carta que o chefe de Estado dirigiu ao parlamento.

PS, IL, BE, PAN e Livre desdramatizaram hoje a confirmação do decreto vetado pelo Presidente da República sobre a morte medicamente assistida, salientando a legitimidade do parlamento, com o PSD a comprometer-se com a fiscalização sucessiva.