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Casos polémicos no Governo? “Isto é só a ponta do icebergue”

A análise de José Gomes Ferreira aos sucessivos casos polémicos com governantes.

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José Gomes Ferreira afirma que a forma como estão a ser escolhidas as pessoas para cargos de governação, numa base de “falta de ética e de cultura de transparência”, é uma receita para que aconteçam muitos mais casos semelhantes. Diz também que os conhecidos até agora são apenas “a ponta do icebergue”.

O papel do primeiro-ministro

José Gomes Ferreira diz que o papel de António Costa é “esvaziar” as crises políticas que se vão desenhando, ao não admitir que existem problemas políticos. Mais do que isso, acusa o primeiro-ministro de erros na escolha de titulares de cargos políticos.

“Há uma falta de ética e de cultura de transparência no recrutamento dos governantes, cruzado com o facto de António Costa querer pessoas que lhe digam sim e não tenham pensamento próprio”, defende.

Utilizando as palavras do próprio Presidente da República, José Gomes Ferreira afirma que “há ministros que têm um peso político negativo”, frase dita por Marcelo Rebelo de Sousa sobre a ex-secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves.

E sobre a postura do Presidente nos últimos dias, José Gomes Ferreira não poupa elogios, afirmando que Marcelo “tem sido muito eficaz” na comunicação política. “Nem parece o mesmo”, refere.

A política do “vale tudo”

“Vale tudo. Não declarar tudo ao Fisco, misturar negócios da vida privada com a vida pública, aproveitar-se do cargo e favorecer amigos”, lamenta José Gomes Ferreira.

Acrescenta ainda que polémicas como a de Carla Alves vão continuar a surgir enquanto António Costa não alargar a base de recrutamento.

“Vai continuar a acontecer enquanto o primeiro-ministro não alargar a base de recrutamento a pessoas com trabalho árduo, estudo, dedicação, respeito das regras éticas, autoformação, autoconhecimento e provas dadas, nomeadamente no setor privado e na gestão de pessoas. Gente que conhece o que é a vida das organizações”, concluiu.