Pedro Santana Lopes diz que o Presidente da República tem de estar a ponderar seriamente a possibilidade de dissolver o Parlamento. Em entrevista ao Público, o antigo primeiro-ministro diz que o Governo atingiu um nível de desgaste inaceitável.
Santana Lopes considera que se nada for feito, o sistema entrará num plano grave de degradação que permite o crescimento de soluções extremistas e recorda que, quando estava à frente do Governo, o então Presidente Sampaio dissolveu o Parlamento e justificou-o usando o termo “episódios”.
Diz que o que se passa agora com António Costa é mais do que isso e fala em situações graves. Refere, por exemplo, as recentes polémicas que envolvem a TAP.
Recorde-se que, há um mês, em entrevista à RTP, o Presidente da República afastou a hipótese de dissolução do Parlamento, lembrando que sempre defendeu o cumprimento de legislaturas. Sublinhou, no entanto, que não renuncia ao poder de dissolução.
“Mantenho o princípio de tudo fazer para se cumprir a legislatura. Agora, não me peçam para dizer que renuncio ao poder de dissolver (o Parlamento). Habituei-me a nunca dizer nunca”, disse.
“Se eu sentir que há alguma coisa patológica, excecional, o tal irregular funcionamento das instituições, que ganhe uma tal dimensão que paralise a existência do orçamento e torne impossível a governação, pondero isso bem”, garantiu.