É o primeiro estudo de opinião sobre a crise política que se gerou a 26 de abril, na sequência dos incidentes verificados no Ministério das Infraestruturas.
Após a polémica, o ministro João Galamba acabou por apresentar a demissão, mas, apesar do episódio que qualificou como deplorável, António Costa manteve o ministro.
No entanto, para 64% dos inquiridos, o primeiro-ministro “fez mal”, pois devia ter aceitado o pedido de demissão. Por outro lado, apenas 17% concorda com Costa.
Remodelação sim, dissolução não
Já quando os portugueses são confrontados com o que devia ter feito Marcelo Rebelo de Sousa, mais de metade concordam com o Presidente da República, que entendia que Galamba não devia ter continuado no Governo. 53% dos inquiridos acham bem que, conforme prometeu a 4 de maio, Marcelo vá, agora, estar mais atento e mais interveniente.
Em contrapartida, apenas 22% preferiam que ele tivesse dissolvido o Parlamento e convocado eleições antecipadas.
Numa percentagem mais reduzida, 13% dos inquiridos preferiam que o Presidente da República tivesse demitido o Governo sem convocar eleições.
Presidente da República e primeiro-ministro: qual o futuro da relação?
Apesar da divergência assumida entre o Presidente da República e o primeiro-ministro, mais de metade dos inquiridos (56%) entende que a relação entre os dois não se vai alterar. Mas, um terço ainda assim, acha que daqui para a frente só tende a piorar.
E se é verdade que vivemos uma crise política, a maioria dos portugueses entende que o Governo vai mesmo chegar ao fim da legislatura, em 2026.
34%, porém, acham que há boas probabilidades de isso não acontecer.
Ficha Técnica
Este estudo de opinião foi coordenado pelo ICS e pelo ISCTE para a SIC e para o Expresso, num trabalho de campo realizado pela GfK Metris, entre 13 e 28 de maio. A informação foi recolhida através de entrevista telefónica, tendo sido contactados 3894 indivíduos, maiores de 18 anos, residentes em Portugal. Foram validadas 1204 entrevistas. A margem de erro máxima é de +/- 2,8%, com um nível de confiança de 95%.