Guerra no Médio Oriente

Em Gaza, a fome é tão mortífera como os bombardeamentos

Só nas últimas 24 horas, morreram à fome 15 pessoas, quatro das quais crianças. As Nações Unidas denunciam uma situação limite em que a fome também está a vitimar trabalhadores humanitários, médicos e jornalistas. 

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Os ataques de Israel em Gaza mataram, esta quarta-feira, pelo menos 70 palestinianos, mas a falta de alimentos também faz vítimas todos os dias.Quinze pessoas, incluindo quatro crianças, morreram devido à fome e à desnutrição. As Nações Unidas dizem que os funcionários da organização, bem como médicos e jornalistas, estão também a desmaiar de fome e exaustão. 

Desde o início da ofensiva em Gaza, 101 pessoas, entre elas 80 crianças, morreram à fome ou subnutridas. 

Num enclave onde metade da população são crianças - cerca de 1 milhão - Israel só permite a entrada de alimentos a conta-gotas. 

Depois de ter impedido, durante dois meses e meio, que Gaza recebesse água, comida e ajuda humanitária, o número diário de mortes no território é, agora, mais elevado que nunca nestes 21 meses de ofensiva israelita contra o território palestiniano. 

Só nas últimas 24 horas, morreram à fome 15 pessoas, quatro das quais crianças. As Nações Unidas denunciam uma situação limite em que a fome também está a vitimar trabalhadores humanitários, médicos e jornalistas. 

Mas no território, a procura de alimentos é agora tão mortífera como os bombardeamentos. Mais de 1.000 pessoas foram mortas nas últimas semanas pelas forças israelitas enquanto tentavam arranjar comida.  

Milhares de camiões aguardam autorização para entrarem em Gaza

A maioria das pessoas foi assassinada a tiro junto a centros humanitários privados da Organização Humanitária de Gaza, apoiados pelos EUA e por Israel. Estes centros começaram a funcionar em Gaza no final de maio, ignorando a ONU e outras ONGs 

Enquanto a fome alastra em Gaza, 6.000 camiões com alimentos, medicamentos e artigos de higiene aguardam há vários dias no Egito por permissão de Israel para entrarem no território. 

Esta terça-feira, as forças israelitas mataram pelo menos 70 palestinos, incluindo 26 pessoas em busca de ajuda humanitária. 

Esta terça-feira, a ministra da Ciência e Tecnologia de Israel, Gila Gamliel, partilhou no X um vídeo gerado por Inteligência Artificial que mostra israelitas alegres a desfrutar de Gaza num cenário pós-genocídio.