Guerra no Médio Oriente

Ataque em Doha poderá ter atingido mortalmente a relação diplomática entre Israel e o Qatar

Num ataque sem precedentes, as forças israelitas bombardearam a capital do Catar. Telavive diz que se tratou de um ataque cirúrgico que visou a liderança do Hamas. O Catar condenou o bombardeamento, que classificou como uma flagrante violação da lei internacional. Washington lamenta o ataque a um país aliado.

Fumo sobe após várias explosões ouvidas em Doha, Catar, 9 de setembro de 2025.
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O bombardeamento, que Telavive descreve como cirúrgico, teria como alvo duas das mais destacadas figuras políticas do Hamas. Ambos terão sobrevivido.

Além de ter provocado um número ainda indeterminado de vítimas e reduzido a escombros o edifício onde decorreria uma reunião sobre um eventual acordo de cessar-fogo, o ataque poderá ter atingido mortalmente a relação diplomática entre Israel e o Catar.

Coloca também em causa o papel do Catar enquanto mediador das conversações para um cessar-fogo em Gaza. Doha e o Cairo têm sido os principais palcos das negociações indiretas entre Israel e o Hamas.

O ataque acontece quando as forças israelitas preparam o assalto terrestre à cidade de Gaza, que pode fazer implodir o pouco que resta de uma solução diplomática. O Catar considerou o bombardeamento um ataque cobarde e uma flagrante violação do direito internacional e recebeu o apoio imediato dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita.

Além de abrir uma nova e inédita frente de conflito no Médio Oriente, o bombardeamento à capital do Catar ameaça indiretamente as relações entre os Estados Unidos e os países do Golfo Pérsico, em que Donald Trump tanto tem apostado. Washington terá tido conhecimento prévio.