O ataque israelita desta terça-feira contra altos dirigentes do Hamas em Doha vai enterrar as negociações de paz, considera Luís Ribeiro. Benjamin Netanyahu "fechou a última porta que ainda estava entreaberta para uma solução negociada".
"Não há qualquer tentativa de Netanyahu de voltar à mesa das negociações. Isto é uma fuga para a frente. É ele acabar de uma vez por todas com esse processo".
O facto de o primeiro-ministro israelita não ter informado os Estados Unidos com antecedência significa uma de duas coisas: "ou ele acreditava que Donald Trump podia não dar luz verde a esse ataque, portanto impedir que Israel fizesse esse ataque, ou então simplesmente tem medo que o Qatar seja avisado e depois o Qatar avise os membros do Hamas".
"O que é importante é o simbolismo de ser a equipa que estava responsável pelas negociações do Hamas. Isto é, fechar a porta de uma vez por todas a uma solução negociada e a uma solução que implicasse ainda o resgate dos reféns. Desta forma, com esta fuga para a frente de Netanyahu, parece que não há volta a dar. Os objetivos de Israel são expulsar o povo palestiniano, arrasar com Gaza e depois levar a cabo aquele projeto fantasioso que Donald Trump aparentemente apoia, transformar Gaza na riviera do Médio Oriente. É esse o caminho que Netanyahu quer levar, independentemente das vidas dos reféns, que pouco lhe interessam aparentemente".
Este é um dos assuntos em destaque na análise à atualidade internacional no habitual explicador do Jornal do Dia, esta quarta-feira com o comentador Luís Ribeiro.