O Qatar acusou Israel de praticar terrorismo de Estado e responsabilizou diretamente o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pelo ataque que teve como alvo elementos da liderança do Hamas na capital do emirado.
Entretanto, as forças israelitas atacaram também esta quarta-feira a capital do Iémen, ao mesmo tempo que prossegue a ofensiva em Gaza, marcada pela demolição sistemática de alguns dos maiores edifícios residenciais do território.
Nos últimos dias, sucedem-se as demolições de grandes edifícios residenciais na cidade de Gaza. Telavive justifica esta estratégia de terra queimada com o argumento de que os edifícios estariam a ser utilizados pelo Hamas para fins militares.
Este argumento tem vindo a ser repetido ao longo dos últimos dois anos como justificação para o bombardeamento ou demolição programada de vastas áreas residenciais, bem como de infraestruturas civis como escolas, universidades e hospitais.
Aos poucos, Gaza desaparece literalmente debaixo dos pés da sua população.
Apesar da ordem de evacuação emitida pelas forças israelitas e da fuga parcial da população, torna-se cada vez mais evidente que retirar da cidade de Gaza, em poucos dias, um milhão de pessoas, a maioria das quais crianças, sem que estas tenham um destino definido, constitui uma impossibilidade logística.
O ataque dirigido à equipa de negociação do Hamas, em Doha, terá falhado o alvo principal, mas deixou o processo de paz em estado crítico e contribuiu para o isolamento crescente do primeiro-ministro israelita, que esta quarta-feira voltou a tribunal para mais uma sessão do julgamento por corrupção.
Apesar de afirmar que nada o surpreende no Médio Oriente, Donald Trump parece ainda digerir o ataque a um dos principais mediadores do conflito e aliado estratégico dos Estados Unidos que, em maio, lhe ofereceu um palácio voador.