Guerra no Médio Oriente

Indonésia oferece 20 mil soldados para missão em Gaza: "Não devemos permanecer em silêncio"

A garantia foi dada pelo Presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, na Assembleia-Geral da ONU. A proposta surge no seguimento da "Declaração de Nova Iorque", que defende a criação de uma "missão internacional temporária de estabilização".

Indonésia oferece 20 mil soldados para missão em Gaza: "Não devemos permanecer em silêncio"
Mike Segar/Reuters

O Presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, garantiu esta terça-feira, perante a Assembleia-Geral da ONU, que o país está preparado para enviar até 20 mil militares para uma eventual força internacional em Gaza.

"Não devemos permanecer em silêncio enquanto os palestinianos forem privados de justiça e legitimidade", disse Subianto, lembrando que mais de 150 países já reconhecem bilateralmente o Estado da Palestina, que continua a ter apenas o estatuto de observador nas Nações Unidas.

Na sua intervenção durante o debate geral de alto nível da 80.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, que começou esta teraça-feira em Nova Iorque, o líder defendeu que "é preciso apoiar todos, os fortes e os fracos", recordando o papel desempenhado pela Indonésia nas operações de paz.

"Somos hoje um dos maiores contribuintes para as forças de manutenção da paz da ONU. Acreditamos na ONU e continuaremos a servir onde quer que a paz necessite de guardiões, não apenas com palavras, mas com tropas em terra", disse Subianto.

O Presidente indonésio garantiu que, caso o Conselho de Segurança e a Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovem o envio de uma missão internacional, Jacarta está disposta a mobilizar "20 mil ou mais dos seus filhos e filhas para ajudar a manter a paz em Gaza".

Para Subianto, a oferta estende-se também a outros contextos de conflito.

"Estamos prontos a servir não só em Gaza, mas também na Ucrânia, no Sudão, na Líbia, em todo o lado", assegurou o Presidente.

A proposta surge no seguimento da "Declaração de Nova Iorque", um texto patrocinado pela França e pela Arábia Saudita e recentemente aprovado por larga maioria na Assembleia-Geral, que defende a criação de uma "missão internacional temporária de estabilização" em Gaza, sob os auspícios da ONU.

Esse mecanismo pretende assegurar "garantias de segurança à Palestina e a Israel", preparando o terreno para um cessar-fogo duradouro e para negociações políticas mais amplas no Médio Oriente.