Guerra no Médio Oriente

Eslovénia declara Benjamin Netanyahu como "persona non grata"

A Eslovénia justifica a decisão com base nas conclusões de uma comissão independente da ONU, que classificou como genocidas os abusos cometidos por Israel na Faixa de Gaza.

Eslovénia declara Benjamin Netanyahu como "persona non grata"
Yair Sagi

A Eslovénia declarou esta quinta-feira o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, 'persona non grata' e proibiu a sua entrada no país por alegados crimes de guerra e contra a humanidade na Faixa de Gaza.

"Com esta medida, a Eslovénia confirma o compromisso com o direito internacional, os valores universais dos direitos humanos e uma política externa baseada em princípios e coerente, afirmou o Governo num comunicado citado pela agência France-Presse (AFP).

A secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros eslovena, Neva Grasic, justificou a decisão com base nas conclusões de uma comissão independente da ONU, que classificou como genocidas os abusos cometidos por Israel na Faixa de Gaza.

A medida "não é contra o povo israelita", acrescentou, segundo a agência de notícias espanhola Europa Press.

Netanyahu tem mandato de detenção do TPI

A decisão da Eslovénia, já aplicada anteriormente aos ministros israelitas de extrema-direita Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich, surge também na sequência do processo em curso contra Netanyahu no Tribunal Penal Internacional (TPI).

Netanyahu é alvo de um mandado de detenção do TPI desde 21 de novembro de 2024, juntamente com o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, por alegados crimes relacionados com a guerra de Israel contra a Faixa de Gaza.

O TPI também emitiu mandados de detenção contra dirigentes do grupo extremista palestiniano Hamas, cujo ataque no sul de Israel, em 7 de outubro de 2023, desencadeou a ofensiva israelita em Gaza.

Portugal e outros países reconhecem Estado da Palestina

A Eslovénia já tinha adotado sanções contra dirigentes israelitas e, em 2024, integrou um grupo de países europeus que reconheceram formalmente o Estado da Palestina.

Mais de 150 países já deram esse passo a nível global, incluindo Portugal.

A medida da Eslovénia foi anunciada no dia em que o presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Mahmoud Abbas, discursa perante a Assembleia Geral das Nações Unidas.

Abbas foi obrigado a discursar por videoconferência por os Estados Unidos, o principal aliado de Israel, lhe terem negado um visto de entrada para viajar para Nova Iorque, onde se localiza a sede da ONU.