O Parlamento russo ratificou, esta terça-feira e por unanimidade, a decisão de Vladimir Putin de reconhecer as regiões separatistas do leste da Ucrânia, tendo os deputados aprovado, igualmente, o apoio económico e militar russo a Lugansk e Donetsk. No Kremlin, Putin negou acusações de querer recuperar o império soviético.
Por quatrocentos votos a favor, nenhum contra e nenhuma abstenção, a Duma, a câmara baixa do Parlamento russo, aprovou a decisão tomada pelo presidente Vladimir Putin de reconhecer a soberania das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia.
A Assembleia Federal, a câmara alta do Parlamento, ratificou também, esta terça-feira, a decisão presidencial, aprovando sem contestação os Tratados de Amizade com as regiões separatistas, que permitem o envio imediato de tropas russas para o estrangeiro e a construção de bases militares nas regiões ucranianas não totalmente controladas pelos separatistas pró-russos.
A aprovação foi justificada por um governante russo em resposta aos 60 mil soldados que alegadamente a Ucrânia terá mobilizado para a região.
No Kremlin, em encontro com o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, aliado de Moscovo, Vladimir Putin volta a justificar a decisão e nega acusações de querer reescrever a História, acusando a Ucrânia de ser controlada por países terceiros desde a revolta de Maidan, em 2014.
Em Kiev, o dia fica marcado pelas cerimónias fúnebres do soldado ucraniano morto no Donbass, uma das últimas vítimas do reacendimento do conflito no leste do país.
Novamente, a NATO e os países ocidentais divulgam imagens de satélite classificadas sobre as movimentações das tropas russas ao longo das fronteiras ucranianas, voltando a falar numa iminente, e em grande escala, invasão russa da Ucrânia.