Um acordo sobre a questão dos cereais ucranianos poderá ser fundamental para um acordo de paz com a Rússia. A opinião é do primeiro-ministro de Itália, de visita à Turquia, país a quem Kiev pediu que investigue mais três navios com bandeira russa que, alegadamente, transportam cereais roubados da Ucrânia.
Em águas turcas, está atualmente sob investigação um navio com bandeira russa que partiu do porto ucraniano de Berdiansk, com sete mil toneladas de cereais a bordo. O navio foi detido pelas autoridades de Ancara que, sob pressão de Kiev, foram solicitadas a realizar uma inspeção ao navio, apreender amostras de cereais para investigação e exigir ao armador informações sobre a origem dos cereais.
Entretanto, a Ucrânia pediu à Turquia que investigue mais três navios com bandeira russa que saíram do principal terminal de grãos da Crimeia, em Sebastopol.
A Turquia, juntamente com as Nações Unidas, a Ucrânia e a Rússia, trabalha atualmente num plano para permitir que milhões de toneladas de grãos ucranianos sejam enviados por corredores seguros no Mar Negro.
De visita à capital turca, o primeiro ministro italiano elogiou a possibilidade de um acordo que pode beneficiar os países pobres, mas também pode abrir as portas para um acordo de paz.
Por seu lado, o Presidente turco disse que pretende "intensificar" as negociações com a Rússia e a Ucrânia, dentro de uma semana ou dez dias, e tentar obter um resultado para garantir um acordo sobre este plano da ONU."
No terreno, a quebra nas exportações cifra-se acima dos 40% devido à guerra.
Bruxelas prepara plano de emergência para prevenir eventual corte de gás russo
Para além dos cereais, também a energia está na ordem do dia, em particular o gás natural.
No Parlamento Europeu, a presidente da Comissão Europeia disse que a UE precisa de se preparar para mais interrupções no fornecimento de gás e até mesmo para um corte completo do fornecimento de gás russo.
Von der Lyen disse, ainda, que o plano de emergência da Comissão Europeia será apresentado em meados deste mês, numa altura em que 12 estados membros já estão a ser diretamente afetados por cortes parciais ou totais do gás russo.
Jornalista: Paulo Nogueira