Germano Almeida

Comentador SIC Notícias

Guerra Rússia-Ucrânia

Compreender o conflito: Rússia insinua força para disfarçar fraqueza

Artigo de Germano Almeida, comentador SIC.

Compreender o conflito: Rússia insinua força para disfarçar fraqueza
Mikhail Klimentyev

1 – PUTIN DISSE A ERDOGAN QUE A UCRÂNIA DEVE ACEITAR AS “NOVAS REALIDADES TERRITORIAIS”

Vladimir Putin disse ao seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, que a Rússia está disponível para dialogar com a Ucrânia, mas para isso o governo de Kiev terá de aceitar as “novas realidades territoriais”, referindo-se às regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporíjia e Kherson anexadas por Moscovo. Durante a conversa telefónica, “Putin reafirmou a abertura da Rússia a um diálogo sério, desde que as autoridades [de Kiev] cumpram os requisitos bem conhecidos e repetidamente expressos [por Moscovo], e levem em conta as novas realidades territoriais”, refere o Kremlin em comunicado. Putin destacou também a Erdogan o “papel destrutivo do Ocidente, fornecendo armas, informações e orientações a Kiev”. Erdogan disse a Putin que os esforços de paz devem ser sustentados por um cessar-fogo unilateral, de forma a alcançar uma "solução justa". Os dois líderes discutiram o problema energético e falaram sobre o corredor de cereais do Mar Negro.


2 – MOSCOVO E MINSK PREPARAM EXERCÍCIOS CONJUNTOS DE FORÇA AÉREA

A Rússia e a Bielorrússia vão realizar em breve exercícios conjuntos da força aérea. "Pessoal, armas, equipamentos militares e operacionais das forças armadas da Federação Russa continuarão a chegar à República da Bielorrússia", refere o Ministério da Defesa russo em comunicado. Os exercícios táticos da força aérea fazem parte de um plano para "aumentar o nível de treino de combate das unidades de aviação", acrescenta o ministério. Em resposta, Kiev estará a reforçar defesas na sua fronteira a norte com a Bielorrússia.


3 RÚSSIA REFORÇA DEFESAS NA CRIMEIA

Autoridades ucranianas divulgaram que a Rússia está a destacar novas unidades militares para o norte da península da Crimeia. “O corredor terrestre para a Crimeia não é, certamente, seguro”, indicou Andrii Cherniak, representante do Ministério da Defesa da Ucrânia. As Forças Armadas ucranianas anunciaram a destruição de dois armazéns de armas russas em Bakhmut, na região de Donetsk. Já as forças russas destruíram cinco grupos ucranianos em missões de reconhecimento e sabotagem nas autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, revelou um porta-voz do Ministério da Defesa russo. A Rússia diz que abateu drones com explosivos na Crimeia: segundo a imprensa russa, que divulgou as imagens, várias explosões foram ouvidas na vila de Nyzhnohirske, Crimeia. A defesa russa, escreve, abateu vários drones que carregavam explosivos. Não houve vítimas.


4 – RÚSSIA PLANEIA NOVAS OFENSIVAS EM VÁRIAS FRENTES

A Rússia estará a planear novas operações ofensivas em várias frentes, antecipam as autoridades ucranianas, prevendo ataques vindos do norte ou do leste do país. Segundo Andrii Cherniak, representante do Ministério da Defesa da Ucrânia, as forças russas vão apostar em operações ofensivas já no início do ano. Um pequeno grupo patriótico russo, que apoia viúvas de soldados russos, pediu ao Presidente Vladimir Putin que ordene uma mobilização em larga escala para garantir a vitória na Ucrânia. O grupo exigiu ainda o fecho das fronteiras aos homens elegíveis para serviço militar. os nossos maridos morreram para proteger estes homens. Mas quem vai proteger-nos se eles fugirem?”, questiona.


5 – SECRETA UCRANIANA AVISA PARA AUMENTO DE ATAQUES RUSSOS

O líder da secreta ucraniana avisa para aumento de ataques em território russo: Kyrylo Budanov não admite o envolvimento do seu país num ataque com drones contra a base aérea russa de Engels, a 600 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, em 26 de dezembro, mas reconheceu ter ficado "satisfeito por ter acontecido".


6 – EUA E FRANÇA PROMETEM MAIS APOIO MILITAR À UCRÂNIA

Joe Biden, Presidente norte-americano, confirmou que os EUA estão a ponderar enviar veículos blindados Bradley para a Ucrânia, mas não os tanques que Zelensky quer. O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano revelou que os sistemas de defesa antiaéreos Patriot agora vão começar a defender o país “assim que possível”. Segundo Dmytro Kuleba, a transferência das armas norte-americanas está a ser preparada. Também Macron promete tanques de guerra franceses a Zelensky: tanques AMX-10 RC são muito leves e sobre rodas e, portanto, "muito móveis". Falta ainda decidir quantos tanques serão enviados e quanto tal acontecerá. "O presidente quer aumentar a ajuda" à Ucrânia "ao aceitar a entrega de tanques ligeiros AMX-10 RC", disse um assessor depois de os dois líderes terem conversado por telefone.


7 GABINETE DE ZELENSKY AGRADECE À EQUIPA DE BIDEN O APOIO DOS EUA

Andriy Yermak, chefe de gabinete de Zelensky, falou esta quinta-feira por telefone com Jake Sullivan, assessor de segurança do Presidente norte-americano. Os dois representantes discutiram formas de salvaguardar a segurança energética da Ucrânia. Yermak agradece o apoio dos EUA à Ucrânia na “luta pela independência, liberdade e valores democráticas”.


8 – PUTIN PRESIDE A LANÇAMENTO DE MISSÃO COM MÍSSEIS HIPERSÓNICOS

O presidente russo presidiu ao ato lançamento de missão com mísseis hipersónicos: "Tenho certeza de que estas armas poderosas protegerão efetivamente a Rússia de ameaças externas e ajudarão a defender os interesses nacionais", disse Putin no lançamento da missão de treino da fragata Almirante Gorshkov, equipada com mísseis hipersónicos. A bordo da fragata Almirante Gorshkov, uma das joias da coroa da marinha russa, seguem os mísseis de nova geração que têm a capacidade de viajar a uma velocidade muito superior à do som, a mais 11 mil quilómetros por hora, com um alcance de mais de mil quilómetros. O facto destes mísseis poderem ser armados com ogivas nucleares não foi sublinhado na conferência que juntou o Presidente russo com alguns dos principais responsáveis pelas Forças Armadas russas.


9 MAKIIVKA: MAIS DE 800 SOLDADOS RUSSOS MORTOS, DIZ RELATÓRIO DAS FORÇAS ARMADAS DA UCRÂNIA

De 4 para 5 de janeiro, há mais 800 soldados russos mortos, segundo o relatório diário do Estado Maior das Forças Armadas da Ucrânia sobre as baixas do inimigo. Estes números não são confirmados pela Rússia. Embora o número tenha aumentado nas últimas 24 horas, não significa necessariamente que estes soldados foram mortos a 4 de janeiro, já que a contabilização das baixas não é imediata. No total, as autoridades ucranianas apontam para 109.720 militares russos mortos em combate. "Isto é uma guerra", diz John Kirby. EUA não estão "aflitos" com mortes em Makiivka: Não vou entrar na contagem de baixas. Isto é uma guerra”, disse o o porta-voz do conselho de segurança nacional dos EUA, John Kirby, na quarta-feira. “E a guerra é um assunto sangrento. ”Durante um briefing, confrontado pelos jornalistas com as baixas de soldados russos em Makiivka, depois de um ataque ucraniano com armas cedidas pelos americanos, Kirby garantiu que os Estados Unidos não estão “aflitos”. A Rússia é a culpada, afirmou. “Isto é uma guerra. Eles foram invadidos e os ucranianos estão a contra-atacar e a defender-se”, disse Kirby. “Os soldados russos são alvos legítimos para a ação militar ucraniana, ponto final.” A Ucrânia recusa a tese russa de que o uso de telemóveis foi o principal fator que permitiu às forças de Kiev detetar a posição das tropas inimigas em Makiivka. “Claro que usar telemóveis com geolocalização é um erro. Mas é óbvio que esta versão parece um pouco ridícula”, disse o porta-voz do grupo oriental das Forças Armadas da Ucrânia, Serhii Cherevatyi.


10 – UCRÂNIA ACUSA GOVERNADORA DO BANCO DA RÚSSIA

Elvira Nabiullina foi acusada por Kiev de financiar grupos militares russos, ao organizar a introdução do rublo nas regiões sul e leste da Ucrânia e retirar a moeda local, o grivna, Entretanto, a Rússia está a fazer um gigantesco crime ambiental há 316 dias Ucrânia: Oleksiy Reznikov, ministro da Defesa, alegou que a invasão russa causou 35,3 mil milhões de dólares em danos ecológicos. Apontando para o artigo 55 do primeiro protocolo adicional para a Convenção de Genebra, que define as normas para as leis internacionais em tempo de guerra.