A China demonstrou esta sexta-feira, no primeiro debate do ano no Conselho de Segurança da ONU dedicado à Ucrânia, que a sua posição aproxima-se da da Rússia, apesar de o embaixador chinês a ter definido como "objetiva e imparcial".
No debate de hoje, cuja mera realização foi em causa pelo embaixador russo, foram mais uma vez reveladas as posições incompatíveis da Rússia, por um lado, e dos países ocidentais, por outro.
A China, que desde o início da invasão da Ucrânia em fevereiro passado tentou manter uma relativa equidistância, apresentou hoje argumentos que coincidem, com ligeiras alterações, com os do Governo de Moscovo.
O embaixador chinês na ONU, Zhang Jung, afirmou que a guerra é "o resultado de desequilíbrios de segurança de longa data na Europa" e que esses desequilíbrios precisam de "uma solução política".
No entanto, alertou, nem a política de sanções nem o fornecimento de armas aos combatentes são um bom caminho, pois "vão tornar as coisas mais difíceis", palavras que suponham uma crítica velada às políticas escolhidas pelos países europeus e os Estados Unidos para apoiar a Ucrânia.
Zhang Jung acrescentou que o cessar-fogo de 36 horas decretado pelo Presidente russo, Vladimir Putin, durante o último Natal ortodoxo - rejeitada pela Ucrânia - era o caminho certo a certo a seguir e defendeu medidas semelhantes, se possível por mais tempo.
O último argumento que o embaixador expressou para demonstrar o seu apoio a Moscovo foi pedir que, dentro da aplicação dos Acordos do Mar Negro, "os obstáculos às exportações russas" de amoníaco e fertilizantes fossem levantados, o que, segundo a Rússia, está a demonstrar que esses acordos estão a ser implementados parcialmente apenas a favor da Ucrânia.