Guerra Rússia-Ucrânia

China pode ter “um papel importante para travar as loucuras” de Vladimir Putin

Os comentadores Germano Almeida e Mónica Dias analisam a ameaça nuclear russa e o papel da China como mediador do conflito.

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Germano Almeida e Mónica Dias analisam as mais recentes declarações de Putin, a "próxima fase da guerra" e ainda a relação entre a China e a Rússia.

Vladimir Putin voltou a ameaçar o Ocidente com o seu poderio nuclear, algo que, para Germano Almeida, é uma manobra usual do Presidente russo sempre que "as coisas não correm bem" no terreno.

A maior potência nuclear do mundo reverteu o acordo de desarmamento nuclear e a Duma já aprovou, inclusive, uma lei que garante que só o Presidente da nação poderá reverter a decisão.

O comentador da SIC acredita que não serão utilizados meios nucleares, mas que a guerra entrará "numa fase tripartida" que será disputada na terra, no ar e no mar.

“Há um enquadramento de algo que tem a ver com a capacidade que Putin quer mostrar que se precisar usa a questão nuclear para colocar uma superioridade que até agora não conseguiu ter na parte convencional”, diz Germano Almeida.

“Nada há a celebrar na Rússia”

Mónica Dias abordou as celebrações russa dos Dia do Defensor da Pátria e acredita que a festa que acontece em Moscovo é “muito atroz” e que “nada há celebrar”, visto que a Rússia ainda não atingiu qualquer objetivo militar.

“As dificuldades de Putin não são só no campo de batalha, também são dificuldades políticas, são grandes dificuldades económicas de um país que tem que fazer face às muitas sanções”, refere a comentadora.

Visita de representante chinês a Moscovo “é relevante”

Germano Almeida prossegue na sua análise e aponta a visita de Wang Yi, alto representante da diplomacia chinesa, a Moscovo como “importante” e reveladora de que os dois países estão a aproximar-se.

Apesar da aproximação, a NATO já alertou a China para que não auxilie a Rússia militarmente, algo que não estará a ser cumprido à risca:

“Esse apoio já existe na prática quando a China dá semicondutores à Rússia que permite que a Rússia continue a fabricar mísseis-cruzeiro”, diz Germano Almeida.

A Rússia já anunciou também que reconstruiu a ponte que liga o país à Crimeia, algo que, segundo o comentador da SIC, pode revelar insucesso militar.

“A Rússia como não tinha mais nada para apresentar no terreno mostra que conseguiu antecipar o regresso da totalidade da ponte que foi atacada a 8 de outubro e que simboliza a ligação da Crimeia à Rússia”, afirma.

Zelensky pondera sentar-se à mesa com a China

Mónica Dias começa por afirmar que Zelensky, ao aceitar negociar com a China, mostra que aceita qualquer parceiro que pretenda mediar o conflito. A comentadora diz ainda que o Presidente ucraniano “sabe que amizade de Rússia e China não é uma verdadeira amizade” e que o plano de paz proposto pela China “não é um plano russo.

“Parece-me que Putin irá ainda ter uma grande desilusão em relação à China e a China, obviamente não está inteiramente do lado dele”, atira Mónica Dias.

A comentadora aponta ainda que a China não se quer apresentar como um país que apoia a guerra e a força nuclear. Desse modo, acrescenta que a China pode ter assim “um papel importante para travar as loucuras” do regime de Vladimir Putin.