1 - EUA ACUSAM CHINA DE FORNECER DRONES E MUNIÇÕES À RÚSSIA
Os EUA têm informações de que o governo chinês está a considerar fornecer à Rússia drones e munições para uso na guerra na Ucrânia. O diretor da CIA, William Burns, manifestou essa convicção em entrevista à CBS. Também o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, expressou isso diretamente ao mais graduado diplomata chinês, Wang Yi, em tensa reunião há uma semana em Munique. O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, garantiu que os EUA permanecem vigilantes e reafirmou o aviso de Washington a Pequim sobre as consequências de um fornecimento de armas a Moscovo: "Continuaremos a enviar uma mensagem firme de que enviar ajuda militar à Rússia seria um grande erro, a China não deve fazê-lo". Joe Biden, em entrevista à ABC News, disse que Zelensky não precisa de caças F-16s agora. Biden tenha afirmado inflexivelmente que o apoio dos EUA à Ucrânia "não vacilará" pelo "tempo que for necessário" para derrotar a Rússia. "Estamos a enviar o que os nossos militares experientes acham que Zelensky precisa agora. Precisa de tanques, artilharia, defesa aérea, mais HIMARS". Há coisas que estamos a enviar para colocá-los em posição de obter ganhos nesta primavera e neste verão até ao outono."
2 - CHINA CRITICA EUA PELAS SANÇÕES ÀS EMPRESAS COM LIGAÇÕES À RÚSSIA
A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China criticou a postura dos Estados Unidos ao sancionarem empresas chinesas por terem ligações à Rússia e afirmou que vai adotar medidas para responder ao sucedido: “Isto é bullying total.” A China criticou os EUA pelas sanções que implementou e que “prejudicam seriamente os interesses da China”, acusando o país de “perseguição ilegal”. Noutro sentido, fabricantes chineses do setor automóvel estão a ocupar o lugar deixado em aberto pelas marcas ocidentais que saíram da Rússia com a guerra na Ucrânia, o que fez cair a produção russa de carros para mínimos históricos em 2022.
3 - IRÃO APOIA PLANO APRESENTADO PELA CHINA
Teerão apoia o documento chinês para a paz na Ucrânia, apoia a proposta de paz da China para a Ucrânia, que aponta como prioridades o "diálogo e as negociações" e que foi recebida com ceticismo pelo Ocidente. "O Irão considera que os elementos refletidos neste documento são suficientes para iniciar negociações com vista a encontrar um quadro operacional para o fim das atividades militares na Ucrânia", indicou, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano. O departamento da diplomacia de Teerão destacou a necessidade de pôr fim às "medidas unilaterais". O Irão manifestou à Finlândia a sua oposição ao alargamento da NATO. Em maio do ano passado a Finlândia e Suécia solicitaram a adesão à Aliança Atlântico. O processo tem sido bloqueado pela Turquia.
4 - HUNGRIA DEMARCA-SE DA POSIÇÃO DA UE E APOIA PLANO DE PAZ CHINÊS
O primeiro-ministro Orban manifestou o seu apoio ao plano proposto pela China para terminar com a guerra desencadeada pela invasão russa da Ucrânia, em contraste com as críticas da União Europeia e de Washington à iniciativa chinesa. "Consideramos importante o plano de paz da China e apoiamo-lo", disse Viktor Orbán, ao discursar no parlamento húngaro, criticando o facto de “toda a União Europeia (UE)” estar “envolvida na guerra" ao enviar material militar para a Ucrânia. Nesse sentido, o primeiro-ministro ultranacionalista húngaro afirmou que se essa política não mudar, em breve se falará no envio de tropas. || Orbán é encarado como o maior aliado de Moscovo no bloco comunitário e tem criticado as sanções impostas contra a Rússia, argumentando que são elas as responsáveis pela alta inflação atualmente registada que, na Hungria, chegou aos 25%, a mais alta de toda a UE.
5 – RÚSSIA ESTÁ “PREOCUPADA” COM EXPLOSÕES EM MARIUPOL
Os líderes pró-russos da cidade ucraniana de Mariupol, uma das maiores atualmente sob o controlo das tropas russas, reportaram a ocorrência de pelo menos 14 explosões “inexplicáveis” desde o passado dia 21 de fevereiro. De acordo com análise do Ministério de Defesa do Reino Unido, Moscovo tem reais preocupações sobre as movimentações ucranianas naquela cidade que liga o mar de Azov e a Rússia tomou em maio passado. Entretanto, o conflito em Bakhmut “está a tornar-se cada vez mais difícil”, segundo o presidente ucraniano, com os russos "a destruírem tudo o que pode ser usado para defesa das nossas posições”, como estradas que são críticas para o fornecimento das tropas ucranianas.
6 – UE PREPARA AUMENTO DA PRODUÇÃO DE MUNIÇÕES
A União Europeia está a aumentar o apoio militar à Ucrânia e vai recorrer a aquisições conjuntas para fornecer material militar urgente à Ucrânia, munições de 155 milímetros. A Comissão está a trabalhar com a indústria de defesa para aumentar a produção destas munições e outros equipamentos necessários às forças ucranianas. O Governo alemão anunciou o envio para a Ucrânia de quatro tanques pesados Leopard 2 A6, o que eleva para 18 o número destes carros de combate para as autoridades de Kiev, em parceria com Suécia e Portugal. juntamente com a Polónia, dois batalhões de Leopard 2 serão enviados para a Ucrânia. Espanha admite enviar meios aéreos em coordenação com aliados. Já o Reino Unido anunciou novas sanções que proíbem exportação de equipamento militar. Os EUA atribuem mais dois mil milhões de dólares de ajuda à Ucrânia para munições e drones: sistemas aéreos não tripulados, munições de artilharia e mais HIMARS. A administração Biden está pronta para anunciar um apoio financeiro à Moldávia.
7 – TURQUIA RETOMA NEGOCIAÇÕES SOBRE ADESÃO DE SUÉCIA E FINLÂNDIA À NATO
As negociações entre a Turquia, a Suécia e a Finlândia sobre a adesão dos dois países à NATO vão ser retomadas a 9 de março, anunciou o ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Cavusoglu. Em janeiro, a Turquia tinha posto fim às negociações tripartidas depois do anúncio de manifestações em fevereiro contra Ancara e contra o Islão, em Estocolmo. Os processos de adesão dos dois países nórdicos à Organização do Tratado do Atlântico Norte decorrem da invasão russa da Ucrânia. A Turquia e a Hungria são dois dos 30 países que integram a NATO que não ratificaram o pedido de adesão da Finlândia e a Suécia. Entre outras medidas, o Governo de Ancara exige aos dois países uma nova postura face aos refugiados curdos, sobretudo membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão considerado uma organização "terrorista" pela Turquia.
8 – YELLEN RECONHECE EM KIEV OBSTÁCULOS À TRANSFERÊNCIA DE BENS RUSSOS PARA A RECUPERAÇÃO DA UCRÂNIA
A secretária do Tesouro dos EUA fez uma visita surpresa a Kiev, reiterando o apoio do seu país à Ucrânia. No entanto, Janet Yellen reconheceu a existência de “obstáculos legais significativos” à transferência de bens russos congelados para o pagamento da recuperação da Ucrânia; há “obstáculos legais significativos” à transferência de bens russos congelados, apesar de reiterar a intenção dos EUA em que a Rússia pague pela recuperação da Ucrânia. Yellen anunciou a transferência dos primeiros mil milhões de dólares relativos ao último pacote de apoio financeiro, que no total ultrapassa os oito mil milhões; há 300 mil milhões de dólares americanos em bens congelados pelas sanções, e estima-se que a devastação da guerra ascenda às centenas de milhares de milhões de dólares. Yellen disse também que vai avaliar a hipótese de impor sanções ao setor da energia nuclear russa, mas frisou a necessidade de avaliar as consequências junto dos países aliados. Entretanto, a| Bélgica congelou 28 mil milhões de euros em ativos russos, o maior valor de todos os países da UE.
9 – RÚSSIA ACUSADA DE GENOCÍDIO PELA DEPORTAÇÃO DE CRIANÇAS UCRANIANAS
“Isto é um crime de genocídio”. Estas foram as palavras escolhidas por Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, para descrever a deportação forçada de crianças ucranianas durante a guerra. O comentário foi feito numa mensagem em vídeo ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Um estudo da Universidade de Yale divulgado recentemente revelou que pelo menos 6000 crianças ucranianas foram enviadas para campos de reeducação e instituições russas, sendo que algumas foram deportadas e outras partiram com autorização dos pais. Será lançada uma iniciativa para encontrar crianças ucranianas que foram raptadas durante a guerra e levadas para a Rússia, lançado pela Comissão Europeia e pela Polónia. No arranque de reunião de seis semanas do Conselho de Direitos Humanos da ONU, António Guterres disse que a Declaração Universal dos Direitos Humanos está a ser "atacada de todos os lados”, apontando para a guerra na Ucrânia, os altos índices de pobreza a nível global e a crescente frequência das catástrofes naturais. O secretário-geral das Nações Unidas referiu que a "invasão russa da Ucrânia desencadeou uma das mais devastadoras violações dos direitos humanos" no mundo atual, que gerou “morte, destruição e deslocamentos generalizados”. Guterres insistiu também na necessidade de renovar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, notando que a recente vaga de desrespeito pelos direitos humanos tem de ser vista como um “sinal de alarme” para todos.
10 – LONDRES E BRUXELAS CHEGAM A ACORDO SOBRE ESTATUTO COMERCIAL DA IRLANDA DO NORTE
O Governo britânico e a União Europeia chegaram a um acordo para pôr fim às divergências sobre o estatuto comercial pós-Brexit da Irlanda do Norte. Rishi Sunak fala num "novo capítulo" nas relações com a União Europeia: "Tenho o prazer de informar que fizemos agora um avanço decisivo. Juntos, mudámos o protocolo original", disse o primeiro-ministro britânico, referindo-se ao Protocolo da Irlanda do Norte do Acordo de Saída do Reino Unido da UE. O acordo "proporciona um comércio fluido em todo o Reino Unido, protege o lugar da Irlanda do Norte na nossa união e salvaguarda a soberania do povo da Irlanda do Norte". Três anos depois da saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit), o protocolo da Irlanda do Norte tem sido o principal tema de tensão entre Londres e Bruxelas. O que é que isto tem a ver com a guerra na Ucrânia? Muito. Londres e Bruxelas nunca estiveram tão próximos desde o Brexit – e o interesse comum de se focarem na ajuda a Kiev pode estar a ter um papel relevante.