Guerra Rússia-Ucrânia

Rússia duvida que ataques a gasodutos não tenham tido apoio ucraniano

Governo de Zelensky demarcou-se de qualquer papel na sabotagem dos gasodutos Nord Stram 1 e 2, no mar Báltico.

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O Kremlin respondeu às recentes revelações dos EUA, que sugerem o envolvimento de um grupo pró-ucraniano nos ataques aos gasodutos Nordstream, com insinuações de que a intenção é apenas desviar a atenção dos verdadeiros responsáveis.

"Antes de mais, temos uma divulgação sincronizada em diferentes países, uma divulgação sincronizada de materiais em diferentes países. Vemos que os anglo-saxónicos, de quem falámos desde o início, estão a ficar agitados. Obviamente sentem um grande embaraço em relação a este ato terrorista, relativamente à Alemanha. Isto é evidente. Quanto à teoria pró-ucraniana, a ideia de que tudo foi organizado por uma entidade maléfica é difícil de acreditar. Era uma tarefa demasiado difícil, que provavelmente só um estado bem treinador poderia realizar, e não há muitos no mundo.", referiu o porta-voz do Kremelin.

Apesar de Kiev ter negado qualquer envolvimento nos ataques, moscovo duvida que possam ter sido realizados sem o apoio do governo ucraniano. Por isso, voltou a pedir uma investigação imparcial, que é o que garante ser a investigação que já decorre e que está a ser levada a cabo pela Suécia, Dinamarca e Alemanha.

"Temos de distinguir claramente entre se foi um grupo ucraniano, se poderá ter acontecido por ordem dos ucranianos ou se terá sido um grupo pró-ucraniano que agiu sem conhecimento do governo. Mas estou a alertar para conclusões precipitadas. Há indicações que não vêm de mim, mas sim de especialistas... Não as defendo, mas não deixo de as referir, de que poderá ter-se tratado de uma manobra de diversão. Não seria a primeira vez que isto aconteceria. É por isso que tenho muito cuidado para não tirar conclusões precipitadas.", avisou o ministro da defesa da Alemanha.

As declarações foram feitas à margem de uma reunião dos ministros da Defesa da União Europeia onde foram dados os primeiros passos para a compra conjunta de munições para a Ucrânia, espera-se que seja feita até ao final deste mês de março.

"Se fizermos uma compra conjunta, podemos reduzir não só os preços unitários, mas também reduzir o tempo de entrega. O Mecanismo Europeu de Apoio à Paz pode apoiar estes esforços em benefício da Ucrânia, e proponho mobilizar mais mil milhões de euros para este segundo pacote.", afirmou Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia.

Este acordo vai servir para acelerar o fornecimento das munições de artilharia pesada que o Governo de Kiev tem vindo a reclamar, é para já apenas político porque ainda depende do resultado de mais de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros a 20 de março, faltando ainda a ratificação do Conselho Europeu.