Pelo menos 13 regiões da Ucrânia registaram esta madrugada explosões, incluindo a capital Kiev. Os bombardeamentos russos fizeram pelo menos nove mortos e vários feridos. A central nuclear de Zaporíjia ficou sem ligação à rede elétrica ucraniana na sequência dos ataques russo.
Os bombardeamentos russos surgiram após terem soado as sirenes de ataque aéreo em quase todo o território ucraniano.
Na região ocidental de Lviv, pelo menos cinco pessoas morreram, após um míssil russo cair num bairro residencial e destruir três edifícios, disse o governador Maksym Kozytsky."Os destroços estão a ser retirados, outras pessoas podem estar sob os escombros", acrescentou.
Uma pessoa morreu e duas ficaram feridas na região de Dnipro, onde foram alvo dos bombardeamentos infraestruturas de energia e edifícios industriais, disse o governador Serhii Lysak, citado pela agência de notícias Associated Press.
Em Kherson, pelo menos três civis morreram após o ataque russo, segundo avançam as autoridades ucranianas.
Zelensky reage aos ataques: "Táticas miseráveis"
Na reação aos ataques da madrugada, o Presidente ucraniano denunciou as "táticas miseráveis" russas e garantiu que a Rússia "não vai evitar ser responsabilizada".
"O inimigo lançou 81 mísseis para tentar, uma vez mais, intimidar os ucranianos, recorrendo, novamente, às suas táticas miseráveis", disse o Presidente, através de um comunicado publicado no Telegram.
Volodymyr Zelensky adiantou que, durante a noite, foram atingidos edifícios residenciais e infraestruturas essenciais em 10 regiões ucranianas.
"Os ocupantes só podem aterrorizar os civis. Isso é tudo o que eles podem fazer. Mas isso não os vai ajudar. Eles não vão evitar ser responsabilizados por tudo o que fizeram."
Registadas explosões em Kiev
O presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitscho, confirmou que houve explosões na capital ucraniana, mas garantiu que as defesas aéreas estão a funcionar.
"Explosões no bairro de Holosiivskyi da capital. Todos os serviços [de emergência] estão a deslocar-se para o local", disse Klitschko nas redes sociais.
O autarca adiantou ainda que pelo menos duas pessoas ficaram feridas, num bombardeamento na zona oeste de Kiev.
Um jornalista relatou fumo a sair da central termoelétrica de Kiev, que poderá ter sido atingida.
A administração de Kiev disse que a cidade foi atacada com mísseis e drones com explosivos.
Registadas explosões noutras regiões
Em Dnipro, seis pessoas, incluindo duas crianças, ficaram feridas, depois de os ataques terem atingidos algumas comunidades.
No leste da Ucrânia, 15 mísseis atingiram Kharkiv e a região nordeste, atingindo edifícios residenciais e infraestruturas elétricas, deixando parte da região sem eletricidade.
Também em Odessa, foram atingidos edifícios residenciais e infraestruturas energéticas regionais. O governador da região descreveu a situação como um "ataque maciço de mísseis".
"Felizmente, não registámos vítimas", declarou o responsável, acrescentando terem sido acionadas "restrições no fornecimento de eletricidade".
"A segunda vaga é esperada agora, por isso peço aos residentes da região que fiquem em abrigos", escreveu Marchenko, na rede social Telegram, há cerca de duas horas.
Na zona oeste, o governador da região de Khmelnytskyi, Segiy Gamaliy, pediu aos habitantes que "ficassem nos abrigos", uma vez que "o inimigo ataca as infraestruturas essenciais do país".
Aplicados cortes preventivos de energia de emergência em várias regiões
Foram aplicados cortes preventivos de energia de emergência nas regiões de Kiev, Dnipropetrovsk, Donetsk e Odessa, disse o fornecedor DTEK.
Klitschko considerou que 15% dos consumidores de energia da capital ficaram sem energia devido aos cortes de emergência.
Mais explosões foram relatadas na cidade de Chernigiv, no norte, bem como nas cidades de Dnipro, Lutsk e Rivne. Os meios de comunicação ucranianos também noticiaram explosões nas regiões ocidentais de Ivano-Frankivsk e Ternopil.
Central nuclear de Zaporíjia sem eletricidade
A central nuclear de Zaporíjia, ocupada pelo exército russo no sul da Ucrânia, ficou sem ligação à rede elétrica ucraniana na sequência de um ataque russo, afirmou o operador da central, advertindo para o risco de acidente.
"A última linha de comunicação entre a central nuclear ocupada de Zaporijia e a rede elétrica ucraniana foi cortada devido aos ataques de foguetes" russos, indicou, em comunicado, a Energatom, precisando que geradores a diesel de emergência estão a garantir a alimentação mínima da central.
"Atualmente, a central (...) encontra-se em 'black out' pela sexta vez desde a ocupação, os reatores das unidades 5 e 6 foram desligadas", acrescentou a Energatom.
O operador da central precisou que 18 geradores de emergência estão a garantir a alimentação mínima da central.
"Têm combustível suficiente para 10 dias. A contagem decrescente começou", sublinhou. "Se não for possível renovar o fornecimento elétrico externo da central, poderá ocorrer um acidente com consequências radioativas", advertiu o operador.
O exército russo ocupou, a 4 de março de 2022, nove dias depois do início da invasão, este imenso complexo nuclear no sul da Ucrânia.