Guerra Rússia-Ucrânia

EUA e UE vão "dar novos passos" contra países que ajudem Rússia

Os Estados Unidos (EUA) e a União Europeia (UE) decidiram na sexta-feira "dar novos passos" contra países que auxiliem a Rússia contra a Ucrânia, visando travar "todas as ajudas que possam sustentar a sua máquina de guerra".

Presidente norte-americano, Joe Biden, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen
Presidente norte-americano, Joe Biden, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen
SARAH SILBIGER

"Estamos a dar novos passos juntos para atingir outros atores de países terceiros, para interromper o apoio à guerra da Rússia a partir de qualquer canto do mundo onde seja identificado", diz um comunicado conjunto do Presidente norte-americano, Joe Biden, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que se encontraram na sexta-feira na Casa Branca.

Embora os grandes anúncios deste encontro tenham abrangido a parte económica - como compromissos de lançar negociações para aliviar divergências sobre subsídios de veículos elétricos -, os dois líderes também se concentraram na guerra na Ucrânia e prometeram manter o "apoio de segurança, económico e humanitário necessário pelo tempo que for necessário".

Biden e Von der Leyen prometeram ainda continuar a aplicar sanções à Rússia e a países terceiros, em resposta à agressão a Kiev.

"Estamos a aprofundar o nosso trabalho conjunto para aplicar agressivamente as nossas sanções e medidas de controlo de exportação, e também para acabar e impedir a evasão", diz o comunicado.

Biden e Von der Leyen discutiram ainda desafios de segurança internacional, com foco na China, num momento em que a inteligência norte-americana diz acreditar que Pequim pondera enviar armas para a Rússia. A Casa Branca diz que a China ainda não entregou armas à Rússia, mas que está a avaliar essa possibilidade.

Segundo o jornal Politico, autoridades norte-americanas têm pedido aos aliados mais próximos que imponham sanções sem precedentes à China, caso Pequim avance com esse fornecimento de apoio militar à Rússia.

Ao ser questionada acerca das advertências feitas pelos EUA sobre a China estar a considerar armar a Rússia, Ursula von der Leyen confirmou apenas que foram discutidas as questões das sanções a países terceiros que tentem ajudar Moscovo.

"Discutimos a questão das sanções e da evasão de sanções. Compartilhamos preocupações sobre isso e estamos a cooperar diariamente. Em particular, discutimos a delicada questão do reforço militar para a Rússia. Já sancionamos terceiros países, como o Irão, por contornar as nossas sanções", disse a líder da Comissão Europeia à saída do encontro.

"Devemos interromper as rotas de abastecimento que continuam a alimentar a máquina militar da Rússia e sancionar os envolvidos", acrescentou von der Leyen, desta vez numa publicação na rede social Twitter.

Os dois líderes estiveram em sintonia nas declarações dadas à imprensa, com Biden a considerar que as duas potências vivem uma "nova era" de cooperação.