Josep Borrell, alto-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros apelou esta sexta-feira, a um entendimento entre os Estados-membros para assegurar que a Ucrânia vai receber as munições de grande calibre para repelir a invasão russa.
Na reunião desta sexta-feira, em Bruxelas, os 27 debatem sobre o apoio que a União Europeia está a dar à Ucrânia e a outros países, já que "com a guerra a situação humanitária em todo o mundo tornou-se extremamente perigosa”. Borrell, considera que a UE vai "encontrar dificuldades para providenciar armamento".
Em relação às quebras nas cadeias de abastecimento de cereais que são transportados para regiões do planeta onde há escassez de alimentos, o alto-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros espera que haja acordo entre os Estados-membros para avançar com o pacote de cerca de dois mil milhões de euros para disponibilizar e produzir munições de 155 milímetros.
“Espero que todos os ministros participem na discussão final e aprovem uma decisão muito importante esta tarde. Caso contrário, será difícil continuarmos a fornecer armas à Ucrânia”, conclui.
Há cerca de duas semanas, houve um acordo político entre os ministros da Defesa da UE, na Suécia, para avançar com este plano.
No entanto, o envio de aeronaves de combate continua a ser um assunto sensível para os 27, pelo que não deverá ser abordado na reunião de ministros da Defesa e dos governantes com a pasta dos Negócios Estrangeiros, uma vez que qualquer apoio militar neste sentido tem de ser concertado com os Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e restantes países que apoiam a Ucrânia.
Apesar disso, a Polónia anunciou no final da semana passada que vai enviar quatro MiG-29 e a Eslováquia vai enviar 13 aeronaves iguais.
Sobre o mandado de detenção contra o Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, Borrell deixou claro:
“Podemos negociar o que quisermos, mas esta decisão continua válida. Se Putin viajar para um dos países que está ao abrigo do Estatuto de Roma será imediatamente detido”.
São mais de 130 países nestas condições, incluindo Portugal.
A reunião entre os titulares das pastas dos Negócios Estrangeiros e da Defesa dos 27, segue-se à reunião informal de ministros da Defesa celebrada a 8 de março em Estocolmo, na qual chegaram a um acordo de princípio sobre as linhas gerais da inédita aquisição conjunta de munições, que terá agora de ser "afinada" e confirmada neste Conselho de Negócios Estrangeiros pelos líderes europeus, na cimeira agendada para quinta e sexta-feira em Bruxelas.