Para o Kremlin, a fuga de documentos classificados poderá fazer parte da guerra híbrida dos Estados Unidos contra Moscovo e ser uma manobra de Washington para tentar enganar a Rússia.
"Nós não sabemos quão autênticos são os documentos. Mas muito antes destes documentos surgirem, tínhamos e ainda temos informações de que muitos instrutores e combatentes dos países da NATO, incluindo da Grã-Bretanha, participam nos combates na Ucrânia", referiu Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin.
O conjunto de fotografias e documentos classificados revelado nos últimos dias nas redes sociais incluí avaliações e relatórios das agências de informações norte-americanas, relacionados com a guerra na Ucrânia, incluindo fragilidades das defesas aéreas ucranianas e a ajuda dos aliados a Kiev. A Ucrânia garante que há um misto de informações verdadeiras e falsas.
"Quem beneficia com isto é, claro, a Rússia e também os seus aliados ou discípulos. O objetivo disto é reduzir o nível de confiança entre os nossos parceiros, especialmente os EUA e outros países", frisou Oleksii Reznikov, ministro da Defesa da Ucrânia
O Departamento de Defesa norte-americano reafirmou que a fuga de documentos confidenciais representa um risco muito sério, mas ainda estará a examinar a veracidade dos documentos e a tentar identificar a fonte da fuga.
Aparentemente os documentos foram, inicialmente, divulgados num servidor Discord, popular entre utilizadores de jogos online, mas de acordo com o site de jornalismo de investigação Bellingcat, que rastreou a fuga, só foram partilhados a 5 de abril nos canais pró-russos do Telegram. Contudo, os documentos já estariam no ciberespaço há meses.