Germano Almeida, comentador da SIC, analisa o périplo de Zelensky pelas principais capitais europeias e de que forma estas visitas se traduziram num maior apoio para a Ucrânia e ainda os recentes desenvolvimentos em Bakhmut e Kiev.
Zelesnky passou durante os últimos dias por França, Itália, Alemanha e Reino Unido e reuniu mais apoio económico e militar por parte destas nações. Germano Almeida afirma que "o intuito comum de ajudar a Ucrânia" tem reaproximado Londres da União Europeia.
No que toca à ajuda militar disponibilizada pelo Reino Unido, há a destacar os mísseis "storm shadow" e os caças “typhoon”, que serão posteriormente entregues à Ucrânia. Também a Alemanha anunciou que entregará a Kiev um pacote de ajuda "de quase três mil milhões de euros", que incluem ainda tanques Leopard, veículos blindados e munições.
"As capitais europeias. incluindo Londres, estão juntas com Zelensky na perceção de que a hora da verdade está a chegar para a Ucrânia porque a Ucrânia terá, eventualmente, uma hipótese este ano que é ter sucesso na contraofensiva. Isso é fundamental", constata o comentador.
Ressalva, porém, que há "uma grande questão" que se prende com o facto de não se saber se Zelensky "vai receber o novo patamar, que são os caças" britânicos.
Situação em Bakhmut
Germano Almeida fala num "teatro de enganos" no que toca ao grupo Wagner e à situação militar em Bakhmut, que se tem complicado para as forças russas.
"Os líderes militares russos estão a a deitar as culpas ao grupo Wagner e a Prigozhin [líder do grupo] e Prigozhin está agora a dizer que não teve, até agora, sucesso em Bakhmut por culpa da burocracia do Ministério da Defesa russo", revela o comentador.
Adianta ainda que a Rússia informou que, nas últimas hora, dois comandantes russos morreram na região de Bakhmut, local onde a Ucrânia "está a ter progressos táticos".
"A chave para perceber Bakhmut, é que, seja a Rússia a obter Bkhmut seja a Ucrânia a garanti-la, Bakhmut não vai decidir a guerra", acrescenta.
Defesa anti-aérea russa
Germano Almeida prossegue e diz que houve um ataque ucraniano de drones a 150 quilómetros de solo russo, "que terá comprometido" as defesas anti-aéreas das forças de Moscovo. Motivo que tem levado ao aumento das "ações pontuais" por parte da Rússia.
Esta noite aconteceu "um dos piores ataque a Kiev". A Ucrânia garante ter conseguido intercetar todos os 18 mísseis lançados, informa o comentador, que diz ainda que a versão russa é "contrarária".
"Onde está a verdade? Veremos nas próximas horas", atira.
Novas sanções?
A Comissão Europeia pode avançar com novas sanções a países que apoiam a Rússia - incluindo a China - o que, se acontecesse "seria uma subida de patamar na forma como a UE está a encarar esta guerra".
"Há aqui um jogo entre até que ponto a UE vai chegar aí [sanções que visam a China], com a China a avisar que isso seria uma subida de patamar que não ia aceitar", declara.