Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

"Estamos numa fase em que as coisas no terreno estão a virar para o lado ucraniano"

A análise de Ricardo Alexandre, diretor-adjunto da TSF e comentador da SIC, à contraofensiva ucraniana que já se encontra "em marcha" e aos recentes bombardeamentos russos sobre Kiev.

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Kiev voltou a sofrer um novo ataque da Rússia esta madrugada, naquele que foi o oitavo à capital ucraniana só este mês. Ao que tudo indica, terão sido lançados 18 mísseis num curto espaço de tempo, mas a Ucrânia garante que todos foram intercetados e destruídos antes de atingirem os alvos. Ricardo Alexandre, diretor-adjunto TSF e comentador da SIC, analisa os desenvolvimentos no terreno de guerra, as recentes visitas de Zelensky a várias capitais europeias e ainda a visita do secretário-geral da NATO a Portugal, que acontece esta semana.

Ricardo Alexandre refere que a Rússia mantém "a capacidade de lançar ataques desta envergadura", o que é "relevante", visto que os mais recentes bombardeamentos foram de intensidade "excecional". Ressalva, por outro lado, que a Ucrânia tem uma "capacidade crescente" para intercetar e deter os mísseis lançados pelo país inimigo.

Nota que, apenas ao longo do dia de ontem [segunda-feira], a força aérea ucraniana lançou 16 ataques.

"A Ucrânia está neste momento não só com capacidade para deter ataques, como também as próprias forças armadas ucranianas de lançar ataques", afirma o comentador.

Tropas russas "estão a sentir mais pressão"

As tropas russas "estão a sentir mais pressão", prossegue Ricardo Alexandre, que acrescenta que a contraofensiva ucraniana "está em marcha". Exemplo desses progressos são os avanços em Bakhmut, a cidade que em tempos se previu que caísse no domínio russo.

"As forças ucranianas estão a encetar ações defensivas em vários pontos do território, como em Luhanshk. Estamos numa fase em que as coisas no terreno estão a virar para o lado ucraniano", declara Ricardo Alexandre.

Recentes vistas de Zelensky “foram um sucesso”

A visita de Zelensky a alguns dos países mais poderosos do continente europeu é outra temática abordada pelo diretor-adjunto da TSF, que começa por afirmar que as recentes viagens do líder ucraniano "foram um sucesso", por vários motivos. Nomeadamente, "o maior apoio militar de sempre por parte da Alemanha", o reforço do empenho e do "compromisso político" italiano, o treino de pilotos de caças oferecido pela França e ainda a garantia britânica relativamente à entrega de caças.

Stoltenberg chega a Portugal esta semana

Esta quinta-feira, Portugal recebe Jens Stoltenberg, o secretário-geral da NATO, uma visita que "pode estar relacionada com questões de bastidores, o futuro da Aliança Atlântica ou de quem serão as peças-chave dessa Aliança".

"É evidente que Stoltenberg está num período final da sua permanência enquanto secretário-geral da NATO e acaba também por fazer um périplo por vários países para assinalar esse fecho de mandato e creio que será sobretudo isso. Por outro lado, não deixará de contar com o apoio de Portugal ou de reafirmar o interesse da NATO em que Portugal se continue a comprometer com os desafios que a Aliança Atlântica tem e, neste momento concreto, com o apoio militar à Ucrânia, conclui.