As águas começam finalmente a baixar, após três dias da explosão da barragem na região de Kherson. No entanto, a corrente não leva a memória dos momentos de pânico vividos pelas pessoas que foram obrigadas a deixar tudo para trás.
“O meu marido acordou-me às 2h30 da manhã. A água em casa estava por aqui [aponta para o peito]. Foi uma saga”, relata uma moradora.
Mais de 3 mil casas estão submersas na região. Na quarta-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, instou as organizações internacionais humanitárias a juntarem-se imediatamente às operações de resgate das pessoas afetadas pela destruição da barragem.
No total, são 600 quilómetros quadrados debaixo de água, a maior parte no lado do rio ocupado pela Rússia, que garante que já retirou da região mais de 1.500 pessoas.
Zelensky e Putin trocam acusações
Nas localidades ucranianas, também prossegue a retirada de civis, no meio de uma troca de acusações entre as duas partes do conflito sobre ataques durante as operações de evacuação e, também, sobre a autoria do ataque à barragem de Kakhovka.
Kiev alega que foi destruída por sabotadores russos e que a informação foi confirmada por escutas telefónicas. Já o Kremlin tem outra versão.
Enquanto discute-se a autoria dos ataques, aumentam os rumores de uma contraofensiva da Ucrânia, ainda não foi confirmada por Kiev, mas que o Insituto para o Estudo da Guerra, com sede nos EUA ,garante que já teve inicio.
A verdade é que os combates se intensificaram em Zaporíjia. Depois da destruição da barragem, a Ucrânia também confirma vários avanços em Donetsk
e adianta que conseguiu neutralizar vários ataques russos durante a noite.