1 – EXPLOSÃO DA BARRAGEM ESTÁ A "MUDAR DE FORMA SIGNIFICATIVA" A GEOGRAFIA EM KHERSON
Relatório do Instituto para os Estudos da Guerra indica que a explosão da barragem de Kakhovka está a mudar de "de forma significativa" a geografia em Kherson, na Ucrânia, e "a prejudicar especialmente as posições defensivas russas junto à margem leste do rio Dnipro". As inundações estão a obrigar a Rússia a concentrar forças em alguns pontos da margem do Dnipro. A altura da água atinge o primeiro andar dos prédios em algumas cidades e antecipa um agravamento do quadro atual e a possibilidade das inundações mudarem ainda mais a geografia da zona nos próximos três dias. "O desastre com mão humana na central hidroelétrica de Kakhovka não é um desastre natural ou a manifestação de uma crise climática. Este desastre é Putin". A declaração do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
2 – MAIS DE QUATRO ALQUEVAS REBENTADOS
Vale a pena comparar com Portugal para percebermos a dimensão da catástrofe: estima-se que 30.000 metros cúbicos de água jorravam do reservatório da represa a cada segundo. O Alqueva, maior barragem de Portugal, pode conter cerca de quatro mil milhões de metros cúbicos de água, o que significa que levaria apenas 1,6 dias para escoá-la para baixo de sua capacidade máxima. A capacidade total da barragem de Nova Kakhovka é de 18 mil milhões de metros cúbicos: ou seja, mais de quatro vezes maior que a de Alqueva. O curso de água transbordante está a chegar ao Mar Negro, varrendo todas as minas plantadas pelos russos no seu caminho. Devido à rutura da barragem de Kakhova, "uma grande quantidade de lixo e detritos entraram no Mar Negro através do rio Dnipro", declarou o governador Oleh Kiper. Está também a transportar minas e outro tipo de munições não detonadas para o litoral de Odesa. Dada a pequena presença de equipas de resgate naquela área, as possíveis áreas de impacto são as costas da Roménia, Bulgária, Geórgia e Turquia.
3 – AGORA NÃO SABEMOS ONDE ESTÃO AS MINAS
As inundações agravam dramaticamente os riscos associados a minas: "No passado, sabíamos onde estavam os perigos. Agora não sabemos. Tudo o que sabemos é que estão nalgum lugar pelo rio abaixo", afirmou Erik Tollefsen, da Unidade de Contaminação de Armas do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Zelensky visitou esta quinta as zonas inundadas na região de Kherson e revelou que esteve na mesa, na discussão com as autoridades locais, a "compensação" financeira para as pessoas afetadas. Também foi discutida a evacuação de mais pessoas daquelas zonas, assim como a recuperação do ecossistema e da "situação operacional militar.
4 – RUSSOS BOMBARDEIAM QUEM ESTÁ A FUGIR DA ÁGUA
Há relatos de "pânico" em pontos de evacuação da população afetada pelas inundações em Kherson, por causa da explosão na barragem de Kakhovka. Pelo menos três pessoas ficaram feridas nos ataques russos em Kherson. "Os bombardeamentos começaram precisamente durante a evacuação dos cidadãos cujas casas ficaram inundadas", lê-se no comunicado do ministério do Interior da Ucrânia, que acusa a Rússia de continuar a "impedir" que se salvem vidas de pessoas afetadas. O procurador-geral ucraniano diz que um civil morreu durante os bombardeamentos em Kherson, enquanto decorriam as evacuações nas zonas inundadas por causa da explosão na barragem. Outras duas pessoas terão ficado feridas no mesmo incidente e quatro ficaram feridas noutro ponto de evacuação. A procuradoria diz que foi aberta uma investigação por crime de guerra. Um ataque russo ao centro de Kherson, cidade atingida por fortes inundações após a destruição de uma barragem a montante do rio Dnieper, provocou mortes e ferimentos entre civis, segundo um oficial do exército ucraniano.
5 – UCRÂNIA PEDE À EUROPA MAIS ENTREGAS DE ELETRICIDADE
A Ucrânia pede à Europa que "aumente significativamente" as entregas de eletricidade após os ataques russos "à infraestrutura energética do país" e a destruição da barragem de Kakhovka, disse o ministro ucraniano de Energia, German Galoutchenko, "Pedimos à Europa que aumente" o teto de importação de eletricidade para trazê-lo para dois gigawatts em vez do atual um gigawatt, a central nuclear de Zaporijia não apresenta "nenhum risco iminente nesta fase", apesar de dever ser monitorizada.
6 – VINTE MIL CASAS SEM ENERGIA
Dos 600 quilómetros quadrados afetados pela inundação que se seguiu à destruição da barragem de Kakhovka, no sul da Ucrânia, até 80 localidades correm o risco de ficar destruídas. Há 20.000 casas sem eletricidade enquanto pelo menos 10.000 hectares de terras agrícolas ficaram danificadas, elencou o ministro, citando números ainda preliminares. A destruição da barragem, que também ameaça o abastecimento de água potável para cidades como Dnipro ou Mykolaiv "é um desastre" Quase 6.000 pessoas foram evacuadas em ambos os lados do rio Dnipro, disseram autoridades. equipes de resgate, policiais e voluntários já evacuaram 1.894 cidadãos". Trinta localidades foram inundadas, 10 das quais sob controle russo. "Até agora, mais de 4.000 pessoas foram evacuadas", na parte da região de Kherson ocupada pela Rússia, disse o chefe da região instalado em Moscou, Vladimir Saldo. "É um pouco prematuro falar em voltar. Do lado russo, a cidade mais afetada é Nova Kakhovka, onde as autoridades russas impuseram estado de emergência.
7 – UNIÃO EUROPEIA APONTA A RÚSSIA COMO AUTORA "MUITO PROVÁVEL" DO ATAQUE À BARRAGEM
A União Europeia aponta a Rússia como autor "muito provável" do ataque contra a barragem de Kakhovka no rio Dnipro. "Apesar de neste momento não ser possível identificar o responsável exato da destruição da barragem", diz documento interno do Serviço Diplomático da UE, este ataque "é muito provavelmente uma reação das medidas de defesa da Rússia contra a contraofensiva da Ucrânia". E, considerando as operações da Ucrânia no terreno, a UE não exclui que "a Rússia possa cometer atos similares noutros locais do país", refere o documento. Já o embaixador russo em Haia, Alexander Shulgin, acusou a Ucrânia de ter destruído a barragem de Kakhovka com "ataques de artilharia".
8 – A CONTRAOFENSIVA JÁ COMEÇOU?
Para o Instituto para Estudo da Guerra, já. A notícia já era antecipada há alguns dias e ao longo desta quinta-feira vários jornais internacionais já avançavam o mesmo, citando oficiais ucranianos. "A atividade registada pela Ucrânia é consistente com uma variedade de indicadores de que as operações ucranianas da contraofensiva estão a decorrer. Também o Washington Post escreve que a nova fase da guerra já começou — sem anúncios oficiais, como se esperava — com base nos testemunhos de quatro fontes das forças ucranianas no terreno, que falaram com o jornal sob anonimato. Na quarta-feira à noite, escreve o Post, as tropas ucranianas "intensificaram os ataques" no sul, em mais um sinal disso mesmo. O porta-voz das forças de defesa da região de Tavria (no sul e este do país), Valeriy Shershen, confirmou que há "mais atividade na zona de Zaporíjia" mas acrescentou que não diria que seja nada especialmente significativo. naquela zona as forças ainda estão genericamente "numa operação de defesa". A Ucrânia tem preferido ficar em silêncio sobre a data ou planos concretos para a contraofensiva. Rússia garante que as forças ucranianas tentaram romper as defesas russas, com 1500 tropas e 150 veículos armados, em Zaporíjia, por quatro vezes durante a noite. O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, veio assegurar que após um confronto que durou duas horas Rússia conseguiu derrotar o ataque ucraniano. Do lado da Ucrânia não se ouviu nenhuma confirmação disto, embora haja mais uma informação que aponte para ações ofensivas das tropas ucranianas: a vice ministra da Defesa Hanna Maliar, diz que na região de Orikhiv (em Zaporíjia) a Rússia está a agir "ativamente na defensiva.
9 – STOLTENBERG EM WASHINGTON NA TERÇA-FEIRA
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, desloca-se na terça-feira, 13 de junho, a Washington para um encontro com o Presidente dos EUA, Joe Biden, um mês antes a cimeira dos líderes aliados prevista para a Lituânia em 11 e 12 de julho. No âmbito da deslocação também se aguardam encontro com o secretário de Estado, Antony Blinken, e membros do grupo observador da NATO do Senado norte-americano. Rishi Sunak esteve esta quinta em Washington com Biden e para avançar coligação de caças à Ucrânia.
10 – MAIOR EXERCÍCIO AÉREO DA HISTÓRIA DA NATO COMEÇA SEGUNDA NA EUROPA
O exercício da NATO, liderado pela Alemanha, vai incluir mais de 220 aeronaves militares de 25 países e terá 10 mil participantes. Apesar do caráter defensivo, exercício pretende enviar uma mensagem a países como a Rússia, declarou a embaixadora dos EUA em Berlim Irá incluir mais de 220 aeronaves militares de 25 países da Aliança Atlântica e aliados para responder a um ataque simulado a um membro da NATO. O exercício incluirá treinos de nível operacional e tático, principalmente na Alemanha, mas também na República Checa, Estónia e Letónia. O general Ingo Gerhartz, da Luftwaffe, a Força Aérea alemã, disse que o Air Defender foi concebido em 2018 em parte como uma resposta à anexação russa da Crimeia da Ucrânia, embora tenha enfatizado que "não foi direcionado a ninguém".