Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

"A estratégia russa tem tido um custo: perdas tão elevadas como na Ucrânia"

O jornalista Rui Cardoso analisa a atualidade vivida na guerra da Ucrânia, com novos ataques às principais cidades ucranianas, à alegada reconquista de territórios e há contínua aposta em mísseis por parte da Rússia.

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Rui Cardoso, jornalista, analisa a situação atual da guerra na Ucrânia, onde Kiev foi atacada por drones esta madrugada. A Ucrânia diz ter recuperado oito localidades em duas semanas e reclama reconquista de Piatykhatky, mas a Rússia não reconhece perda de territórios. Foram, também, ouvidas explosões em Lviv, a barragem de Kakkhovka foi destruída.

O ponto de situação não difere muito sobre a frente de ataque, nem as posições da Ucrânia e Rússia, sendo o jornalista Rui Cardoso.

"Nada de muito espetacular, parece estar a haver uma avaliação da Ucrânia, porque a linha russa está bem feita e a utilização dos campos de minas causou a perda de alguns tanques então há coisas a rever, porque os russos estão a usar novas coisas, apesar de não serem revolucionárias", explica o jornalista.

No entanto, Rui Cardoso realça que nesta guerra há sempre um outro lado, neste caso nem tudo é positivo para qualquer um dos lados.

"A estratégia russa tem tido um custo: perdas tão elevadas em pessoal como os ucranianos. O que eles fazem é que a primeira posição de contacto é recuada para depois atrair o inimigo a campos de tiro. Ao fazerem isto, com inimigos nos olhos do céu é detetada e a artilharia é dirigida para lá", explicita.

O conflito parece que está para durar e os russos continuam a abater alvos importantes de vez em quando, mas nem sempre.

"A explosão na barragem tem uma consequência que é, pelo menos, temporariamente, essa zona do rio fica difícil de atravessar e os russos podem retirar tropas para colocar em pontos críticos", justifica Rui Cardoso.

Da mesma forma, esta noite de segunda-feira fica marcada por vários ataques, como em Kiev, Lviv e Karkhiv

"Nós podemos tentar perceber a aposta dos mísseis: por um lado, mostrar serviço aos falcões à ala mais radical do Kremlin e os mercenários Wagner, tentar minar a moral dos civis, e de vez em quando acertam em alvos importantes. Em Lviv isso terá acontecido. Sobretudo serve para fixar a defesa antiaérea ucraniana à volta das cidades, tentar fazê-los gastar mísseis",explica

O governador interino nomeado pela Rússia para as zonas de Kherson ocupadas disse na sexta-feira passada que 12 das 35 localidades que estavam inundadas encontram-se "fora de perigo" e que se mantém a supervisão sanitária devido ao perigo de propagação de doenças provocadas pelas cheias.

Até ao momento, segundo Moscovo, foram retiradas 2.140 pessoas com hepatite viral, 1.921 com disenteria e 54 pessoas com febre tifoide