A Ucrânia reconhece que a situação no Leste do país é difícil porque a Rússia está a realizar uma ofensiva em direção a duas cidades de Donetsk e Kharkiv, para tentar travar as forças ucranianas. Germano Almeida lembra que a “contraofensiva vai ser longa”, este é um dos temas em destaque na análise aos últimos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia.
“A Rússia resiste de uma forma também que tem a ver com trincheiras, soldados profissionais do exército, alguns agora vindos de Moscovo, também com reforço, com um sistema de fortificações de minas. É a própria Ucrânia que o reconhece, o inimigo tem muita artilharia, estão a atacar os ucranianos por todo lado”, Germano Almeida dá conta das informações avançadas por um responsável militar ucraniano, embora adiante que o Presidente Volodymyr Zelensky está mais otimista e garanta que a “Ucrânia não perdeu posições”.
O comentador da SIC considera que “esta contraofensiva vai ser longa e com diferentes fases e resultados por vezes contraditórios".
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos exorta Moscovo a permitir o acesso a território ucraniano ocupado pela Rússia para fazer uma avaliação no terreno,
“Tem que haver uma avaliação do impacto humano sobre o que aconteceu, as condições de vida dos ucranianos estão a deteriorar-se ao ponto de 44% das famílias não conseguirem suportar contas básicas e estarem já a cortar nas porções de comida que põem na mesa”.
O impacto do ataque à barragem de Kakhovka contribuiu para um agravamento das condições de vida na Ucrânia. Segundo Germano Almeida, pelo menos 30% das amostras de água recolhidas nessa região mostram resultados bastante assustadores.
Sobre o apoio da União Europeia (UE) a Kiev, o comentador da SIC realça que o sistema defensivo europeu que já foi entregue à Ucrânia permitirá uma melhor capacidade de defesa aérea, numa altura em que a Rússia continua a bombardear o país.
"A Ucrânia vai de facto entrar na União Europeia", considera Germano Almeida numa altura em que o país já cumpre dois dos sete critérios para arranque das negociações de adesão, relacionados com a reforma judicial e o combate à corrupção endémica, e a legislação dos media.
A três semanas da Cimeira da Nato em Vilnius, na Lituânia, o comentador da SIC não tem dúvidas de que nesse encontro “vai haver boas notícias para Kiev”.
Germano Almeida analisa ainda os últimos desenvolvimentos nas relações China-Estados Unidos e sublinha “o avanço nas relações entre as duas potências rivais, depois de um período de tensão", com Pequim a garantir que não vai enviar armas para a Rússia para combater na Ucrânia.