Com o grupo Wagner a avançar em direção a Moscovo, o líder Yevgeny Prigozhin garante que ele e os seus homens não se vão render, como exigiu o Presidente russo. Na reação à revolta militar lançada durante a madrugada deste sábado, Vladimir Putin falou em "traição" e prometeu "defender o povo" e a Rússia, garantindo que não vai deixar acontecer uma "guerra civil".
Para Germano Almeida, esta é "sem dúvida a maior ameaça e o momento de maior risco" para o poder de Vladimir Putin no Kremlin e que o Presidente russo tem agora de lidar com duas guerras: uma na Ucrânia e outra internamente, com "potencial para ser uma guerra civil".
Considera que a revolta levada a cabo pelo grupo Wagner traz uma "uma grande oportunidade" para a Ucrânia e um "grande perigo" para o resto do mundo.
Uma oportunidade para a Ucrânia aproveitar a situação para a sua contraofensiva no terreno e conseguir avanços na guerra.
O perigo tem a ver com a possibilidade de uma "Rússia fragmentada ser um perigo ainda maior" para o mundo: "Uma Rússia entregue a alguém com as características de Yevgeny Prigozhin poderia ser ainda mais perigosa."
José Milhazes considera que o líder do grupo paramilitar Wagner quer a queda de Vladmir Putin e que uma ação deste tipo não seria lançada se Prigozhin não tivesse apoios militares e políticos. "Vamos ver é se esses apoios resultam ou não."
Para o comentador da SIC, para tomar o país, é fundamental controlar duas cidades: Moscovo e São Petersburgo. "Se ele conseguisse esse prodígio, então o poder de Putin estaria mesmo em perigo".
Questionado sobre o que teria mudado nos últimos tempos para Prigozhin passar de apoiante a opositor de Putin, Milhazes considera que o líder do grupo paramilitar não é de facto um "opositor": "Ele quer é uma guerra mais bem pensada e preparada (…) A Rússia não estava preparada para a guerra com a Ucrânia."