Guerra Rússia-Ucrânia

Putin "enfraquecido" depois da rebelião armada do grupo Wagner, garante Scholz

Esta crise representou o maior desafio com que Putin, que classificou os acontecimentos como uma "traição", se viu confrontado desde que chegou ao poder, no final de 1999.

Putin "enfraquecido" depois da rebelião armada do grupo Wagner, garante Scholz
RAMIL SITDIKOV / HOST PHOTO AGENCY / POOL

O chanceler alemão, Olaf Scholz, defendeu, nesta quarta-feira, que o Presidente russo, Vladimir Putin, saiu "enfraquecido" da rebelião abortada do grupo de mercenários russo Wagner.

Este acontiamento "terá consequências a longo prazo para a Rússia", afirmou Scholz à estação pública de televisão ARD, mostrando-se pouco inclinado a "participar em qualquer especulação sobre a duração do mandato" de Putin, "que pode ser longa ou curta, não sabemos".

"Penso que ele (Putin) está enfraquecido, porque isso (a rebelião dos mercenários) mostra que as estruturas autocráticas e as estruturas do poder têm brechas e que não ele não está tão solidamente instalado como afirma em todo o lado", acrescentou.

"A Rússia é uma potência nuclear, é um país muito poderoso - é por isso que devemos estar sempre atentos às situações perigosas, e esta foi uma situação perigosa", segundo o líder alemão.

Consequências futuras

"Muita gente especula sobre o facto de [a tentativa de rebelião] ter terminado - também não o sabemos, mas, em qualquer caso, terá certamente consequências a longo prazo na Rússia", sustentou o sucessor de Angela Merkel.

Durante menos de 24 horas, o grupo Wagner tomou várias instalações militares na cidade estratégica de Rostov, no sudoeste do país, e percorreram centenas de quilómetros em direção a Moscovo, antes de Prigozhin pôr fim à rebelião, em troca de imunidade prometida pelo Kremlin para ele e para os seus combatentes, obtida num acordo mediado pelo Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.

Quanto à guerra na Ucrânia, o chanceler alemão voltou a repetir que eventuais negociações só poderão iniciar-se se Moscovo retirar as suas tropas do país vizinho, que invadiu há 16 meses, a 24 de fevereiro de 2022.