José Milhazes, comentador SIC, informa que o general Surovikin, que se diz ter sido detido, foi visto em Rostov. Da mesma forma, Prigozhin continua a viajar de um lado para o outro, sem saber o verdadeiro paradeiro do líder do grupo Wagner.
“A notícia de que ele não está preso já foi dada por órgãos de informação e também bloggers, outra coisa que se avança é que o seu adjunto, que está em casa, irá passar à reserva”, relata José Milhazes.
Para o comentador da SIC, faz sentido que o general ainda esteja em liberdade, tendo em conta a sua popularidade nas Forças Armadas russas. No entanto, se as autoridades confirmarem a sua ligação ou envolvimento nos avanços feitos no passado fim de semana pelo grupo Wagner, “Putin terá de arranjar uma forma de o neutralizar e ser transferido para um lugar que não seja decisivo”.
Porém, ter sido visto não implica que não tenha estado detido e tenha sido interrogado previamente.
Quanto ao recente comportamento de Putin, José Milhazes reforça que se viu um presidente russo “completamente diferente”.
“O facto do Putin ontem ter estado no Daguestão, nós vimos um Putin completamente diferente, não o que está à distância das pessoas, mas um homem que se junta à multidão, até parecia o nosso Marcelo Rebelo de Sousa, isto prova que Putin quer mostrar que a situação está controlada e normalizada”, analisa.
Por último, o comentador da SIC refere que a localização de Prigozhin é ainda incerta, havendo vários rumores e indicações sobre em que cidade e país se situa.
“Ontem foi visto, dizem, um homem semelhante em São Petersburgo, outros dizem que foi a Moscovo, um dos aviões dele fez essa viagem efetivamente, mas não é estranho, porque é preciso resolver os problemas com a Wager. Prigozhin tem ainda de tratar dos seus negócios da Rússia, cedê-los a alguém mais próximo de Putin e depois ai ficar na Bielorrússia ou África”, refere José Milhazes.
Surovikin tinha conhecimento do plano de Prigozhin
Recorde-se que esta quarta-feira, os Estados Unidos revelaram que Sergei Surovikin sabia dos planos de rebelião do líder do grupo Wagner contra o Kremlin. Os serviços de informação norte-americanos estão, no entanto, a tentar perceber se o general ajudou a planear as ações do líder do grupo Wagner.
Para além disso, as autoridades americanas acreditam ainda que outros generais russos terão estado envolvidos no motim do último fim de semana.
Considerado o mais competente e implacável general na invasão russa, Surovikin comandou as forças russas na Ucrânia durante três meses, entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, até ser substituído pelo Chefe do Estado-Maior General Valery Gerasimov.