Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

"A Rússia usa mísseis norte-coreanos e a Ucrânia não pode usar armas ocidentais para se defender?"

Germano Almeida, comentador da SIC, analisa o pedido da Ucrânia para usar armas de longo alcance e as eleições nos Estados Unidos.

Edifício central do hospital pediátrico "Okhmadit", que foi gravemente danificado após o ataque com mísseis russos em Kiev.
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Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, incluindo o português Paulo Rangel, reúnem-se esta quinta-feira em Bruxelas para discutir o conflito na Ucrânia e o pedido de Zelensky para usar armas de longo alcance.

O comentador da SIC, Germano Almeida, considera que vai ser difícil encontrar um consenso relativamente à posição dos aliados da NATO, "mas era importante que isso acontecesse".

"Eu dou só este exemplo muito concreto: os ataques que a Rússia fez nos últimos dias a cidades como Kiev, Kharkiv, Odessa, foram usados drones iranianos e mísseis norte-coreanos. E a Ucrânia, perante esse tipo de agressão que teve, não pode usar armas ocidentais para se defender? Há aqui uma desproporção que tem de ser enquadrada", afirmou.

Zelensky nos Estados Unidos

O Presidente da Ucrânia já disse que espera estar na assembleia geral das Nações Unidas em setembro. Germano Almeida diz que Zelensky quer envolver tanto Joe Biden (que estará nos últimos meses de mandato), como Kamala Harris ou Donald Trump (um deles será o próximo Presidente dos EUA) no futuro da Ucrânia.

"E nesse plano há duas coisas que devemos olhar: a primeira é incluir os EUA na legitimidade ucraniana de fazer ações na Rússia e apontar até uma lista de eventuais alvos e locais russos militares para enquadrar esse pacote de legitimidade, digamos assim, e depois naturalmente a questão das garantias de segurança que devem ser dadas à Ucrânia, e os EUA são fundamentais nisso. As tais garantias que falharam desgraçadamente e que levaram à agressão russa da Ucrânia", concluiu.

Kama Harris e Tim Walz dão hoje entrevista conjunta

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, e o governador de Minnesota, Tim Walz, dão esta quinta-feira uma entrevista conjunta à CNN.

"Entramos numa nova fase da campanha", começa por dizer Germano Almeida. "Porque a última fase que vimos foi a entrada de Kamala na campanha, sucedendo a Biden, e essas tais três ou quatro semanas de grande mobilização e entusiasmo democrata acabaram no pós-convenção".

O comentador da SIC considera que, a partir de agora, Kamala "vai ter de saber responder a esse escrutínio e vai ter que entrar mais nos detalhes, ela que está a ser acusada de ser demasiado vaga nas ideias e ainda não entrar nos detalhes".