Guerra Rússia-Ucrânia

UE defende que Ucrânia use armas do Ocidente em território da Rússia

O Alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros defende que Kiev tem de ser capaz de atingir os russos nos locais de onde eles bombardeiam os ucranianos. Moscovo promete vingança pela incursão de Zelensky na Rússia.

Loading...

O chefe da diplomacia da União Europeia quer que a Ucrânia possa recorrer às armas contra alvos militares no interior da Rússia. No Conselho Europeu de Negócios Estrangeiros, Josep Borrell pediu aos aliados que garantam luz verde a Kiev para atacar pontos estratégicos no interior da Rússia.

Aliados como os Estados Unidos da América aceitaram fornecer armas de longo alcance à Ucrânia com uma condição: o equipamento não pode ser usado para ataques em solo russo. Aregra procura evitar uma escalada no conflito, mas está prestes a desaparecer.

“O armamento que estamos a fornecer à Ucrânia tem de ser utilizado em pleno e as restrições têm de ser levantadas para que os ucranianos possam atingir os locais onde de onde a Rússia os está a bombardear. Caso contrário, o armamento é inútil", afirmou Josep Borrel.

Esta quinta-feira, em Bruxelas, o chefe da diplomacia da União Europeia voltou a calcar o que a Rússia já disse ser uma linha vermelha e voltou a apoiar um dos principaisa pelos da Ucrânia.

“Aqueles que tentam culpar a Ucrânia por não estar a ter êxito suficiente devem lembrar-se de que o sucesso da Rússia depende de uma coisa: da preparação dos parceiros para tomarem decisões corajosas”, defendeu DmytroKuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia

“Se as decisões forem tomadas, a Ucrânia tem êxito no terreno. Se não forem tomadas, não se queixem da Ucrânia, queixem-se de vós mesmos”, atirou.

Moscovo deixa ameaça

Kiev quer usar as armas de longo alcance enviadas pelo Ocidente para atingir alvos no interior da Rússia, como bases aéreas, ligações rodoviáriasou armazéns de munições.

Procura enfraquecer uma máquina de guerra que há três semanas foi surpreendida pela invasão ucraniana da província de Kursk. A invasão levou à fuga de milhares de pessoas, arrastou a guerra para território russo e deixou Moscovo a prometer vingança.

“A Ucrânia terá de pagar integralmente por esta aventura de Kursk. Os Estados Unidos e os seus aliados têm de ter em conta o facto de as forças armadas ucranianas em Kursk estarem a combater com armas ocidentais”, declarou Dmitry Polyanskiy, vice-representante permanente da Rússia nas Nações Unidas.

A tentar travar o avanço de Kiev dentro de portas, a Rússia continuar a reclamar avanços no leste da Ucrânia. Mantém ainda ataques aéreos diários, com recurso a dezenas de mísseis e drones kamikaze, como aconteceu na última madrugada, nem Kiev.