Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

Ucrânia “precisa de maior flexibilidade para usar armas ocidentais sobre alvos na Rússia"

Germano Almeida, comentador da SIC, explica, na sua análise na SIC Notícias, como o resultado das recentes eleições regionais na Alemanha pode influenciar o desenvolvimento da guerra na Ucrânia.

Loading...

Germano Almeida, comentador da SIC, analisa os recentes protestos em Israel, motivados pela morte de seis reféns israelitas em Gaza. Acerca do conflito na Ucrânia, aponta que os aliados deveriam dar autorização a Kiev para utilizar armas de longo alcance contra alvos localizados no território russo.

Germano Almeida começa por fazer notar que o assassinato dos seis reféns comprova que o Hamas é um “grupo terrorista implacável, desumano e cruel”.

A morte dos quatro homens e das duas mulheres motivou uma noite de intensos protestos, em Israel, no domingo, e ainda uma greve geral marcada esta segunda-feira.

“Vai ser um momento muito, muito forte na sociedade israelita e vão todos dizer a Netanyahu que a prioridade tem de ser a libertação dos reféns e, se isso tivesse sido assim, se calhar a vida daqueles jovens tinha sido poupada”, refere.

O comentador analisa ainda o desenvolvimento do conflito no Leste Europeu, onde, neste momento, existem duas frentes de guerra: no Donbass, em território ucraniano, e em Kursk, na Rússia.

A incursão das forças fiéis a Kiev em território russo pode levar Vladimir Putin a tomar “difíceis decisões”, nomeadamente se ordena, ou não, a retirada de parte das tropas russas mobilizadas em vários países africanos.

“A verdade é que, para além disso tudo, o que Putin quer mesmo é acabar com o crédito de um país independente e com o caminho europeu da Ucrânia e com a liderança política em Kiev e, assim, está a continuar a flagelar as cidades ucranianas”, afirma.

EUA enviam mais de 700 milhões de euros para a Ucrânia

Germano Almeida saúda ainda a decisão dos EUA avançarem com uma ajuda à Ucrânia de 720 milhões de euros, motivada pelos recentes ataques russos a infraestruturas energéticas.

Considera ainda que se os aliados tivessem levantado as restrições para as armas de longo alcance, “provavelmente, a Ucrânia não teria precisado de fazer essa incursão ousada muito surpreendente, e até agora bem-sucedida, de entrar em território russo”.

“O que Zelensky tem dito nos últimos dias aos aliados é que a Ucrânia teve de fazer isso para evitar que a Rússia continuasse a fazer as incursões, nomeadamente em Kharkhiv e em Summy e, portanto, precisa dessa autorização, de maior flexibilidade estratégica de usar armas ocidentais sobre alvos militares na Rússia”, aponta.

O comentador da SIC acredita que “o grande vencedor” das eleições regionais da Alemanha, no domingo, foi Vladimir Putin porque a “AfD, extrema-direita, com simpatias e infiltrações neo-nazis venceu na Turíngia (...) e ficou muito perto de vencer na Saxónia”.

“É um partido com ligações ao Kremlin, pró-russo, que quer acabar com a ajuda militar alemã à Ucrânia”, defende Germano Almeida.